O PT adiou o encontro que ocorreria hoje para anuncio do nome que disputará o Governo do Ceará, após rompimento com o PDT, cujo candidato é o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio. A orientação foi do ex-governador Camilo Santana (PT), entregue ao deputado federal José Guimarães (PT), um dos possíveis candidatos, para que levasse a informação aos filiados que estavam reunidos na noite de ontem na sede da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece), no bairro José Bonifácio.
"Nós estamos designando a nova data. Assim que se concluir isso a gente a gente resolve", disse o presidente do PT, Antônio Alves Filho, o Conin. Conforme o dirigente partidário, "segunda e terça são dias importantes, de conversas importantes aqui e fora do estado. Aí pode a qualquer momento a gente ter essa essa definição."
Tem estimativa parecida o deputado estadual Moisés Bráz (PT). Ele mencionou a quarta-feira, 27, como o dia em que os nós políticos devem estar desatados, com o bloco pronto para anunciar um nome.
"A gente acredita que a gente está praticamente fechando toda a conclusão para que a gente possa, aquele conjunto de partidos que defendia a candidatura da Izolda, agora possa estar junto e possa apresentar uma candidatura coordenada por nosso ex-governador", disse o Braz.
Além de Guimarães, são potenciais candidatos os seus colegas de Câmara dos Deputados, José Airton e Luizianne Lins, além dos deputados estaduais Elmano Freitas e Augusta Brito. Esta última, disse uma petista na Fetraece, registrou crescimento nas últimas horas. O PT, aliás, aguarda pesquisa qualitativa e quantitativa com diagnósticos sobre estes nomes.
Conin foi questionado por O POVO sobre se o PT terá uma candidata mulher, já que muitos de seus filiados entenderam que Izolda Cela (PDT), atual governadora, foi vítima de machismo ao ser preterida por RC. "Eu acho que o debate, o componente de gênero, foi mais um componente e aí foi mais das mulheres, que têm lugar de fala sobre esse tema, expressaram isso e é um componente, mas não é o componente que necessariamente determina", avaliou Conin.
A reunião foi do Campo Democrático, tendência de Guimarães com maioria no partido. Questionado ao fim da reunião, encerrada por volta de 21h45min, Conin afirmou acreditar que a decisão da candidatura deve ser fruto de consenso, ou seja, que a definição não será consequência de votação do diretório.
A ideia de Camilo Santana é de que as conversas possam se aprofundar e mais partidos possam vir para a aliança recém-nascida. Hoje, ela conta com PT, PV, PCdoB, MDB e PP. O POVO apurou que ele irá a São Paulo com objetivo de tirar o PSB do arco do pedetismo. Para tanto, conversará com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Carlos Siqueira, dirigente nacional do PSB, partido de Geraldo Alckmin, vice na chapa do ex-presidente petista.
Como o PSB não forma federação com nenhum partido, está livre para traçar rumos locais independentemente do que se escolha nacionalmente. O PSB é aliado ao PDT no Ceará. A agenda de Camilo da próxima semana inclui também uma conversa com o senador Tasso Jereissati, do PSDB, partido com o qual ele quer contar para enrobustecer a candidatura ao Palácio da Abolição que irá apoiar.
Presidente da sigla tucana no Ceará, o empresário Chiquinho Feitosa está de olho na suplência do petista. Ele, atualmente, preenche mesmo espaço com Tasso, que deve se retirar da política institucional ou ser candidato a vice-presidente na chapa de Simone Tebet. (colaborou Érico Firmo)