Principal nome da oposição, Capitão Wagner (União Brasil) detém até agora o maior arco de aliança para a disputa pelo Governo do Estado. Ao todo, seis partidos já declararam apoio ao pré-candidato, cuja convenção está prevista para dia 5 de agosto, o último do prazo eleitoral.
Filiado ao União Brasil, que ele preside no Ceará, Wagner conseguiu a adesão de Pros, Solidariedade, Avante, PL e PTB. O postulante ainda pode conquistar a entrada do Republicanos do vereador Ronaldo Martins, com quem vem negociando.
Em segundo lugar nas articulações, está o bloco capitaneado pelo ex-governador Camilo Santana (PT), que anunciou o nome do deputado estadual Elmano de Freitas como concorrente petista para o Executivo estadual.
Camilo e Elmano têm a seu lado MDB, PP, PV, PT e PCdoB, totalizando cinco agremiações. O grupo mantém tratativa também com o PSDB do senador Tasso Jereissati, que conversou, por telefone, com o ex-presidente Lula no último domingo, 24, durante reunião da qual participaram também o deputado federal José Guimarães (PT) e o ex-senador Eunício Oliveira (MDB).
O ex-governador do PT tenta, por outra via, assegurar a ida do PSB para a composição que ele coordena. Nessa segunda-feira, 25, Camilo esteve com o presidente nacional pessebista, Carlos Siqueira, para convencer o dirigente de que a sigla deve marchar com petistas no estado.
No âmbito federal, o PSB indicou o vice Geraldo Alckmin na chapa encabeçada por Lula para o Planalto. Em São Paulo, PT e PSB chegaram a acordo, e o então candidato ao Governo Márcio França desistiu da disputa para apoiar Fernando Haddad e sair como candidato ao Senado.
Caso as mobilizações de Camilo sejam bem-sucedidas, o PT poderá chegar a oito legendas aliadas - além das cinco mencionadas, entrariam PSB, PSDB e Cidadania, com quem os tucanos constituíram uma federação.
Candidato homologado pelo PDT no fim de semana, o ex-prefeito Roberto Cláudio reuniu até aqui PSD e PSB. Das duas forças, apenas o PSD oficializou o apoio em convenção, realizada no último domingo, no município de Tauá, no interior cearense.
Dos postulantes mais fortes no pleito de 2022, RC é o que apresenta o menor arco de partidos aliados. Em conversação ainda com PSDB e Cidadania, no entanto, pode igualar-se ao bloco de Camilo se os tucanos se inclinarem a apoiá-lo na briga pelo Governo.
Na última sexta-feira, 22, antes mesmo de ter seu nome homologado, RC encontrou-se com Tasso - foi a segunda vez que o pedetista esteve com o senador para tratar da eleição.
Com a indefinição do PSDB, Roberto Cláudio obteve aliança somente da sigla de Domingos Filho, escolhido como candidato a vice-governador na composição. É a segunda vez que Domingos postula o cargo de vice numa chapa comandada por um membro do grupo político dos Ferreira Gomes.
Ex-deputado estadual, ele foi vice no segundo mandato de Cid Gomes, de 2010 a 2014. Ao final da gestão, porém, desentendeu-se com o então governador, que pretendia disputar cargo de senador, mas esperava que Domingos também renunciasse para que não houvesse risco de que o vice se apresentasse como candidato à sucessão.
Como Domingos não demonstrou interesse na renúncia, Cid continuou no Governo e indicou Camilo para a corrida, vencida por ele contra Eunício Oliveira.
O cenário atual no Ceará, contudo, guarda certo ineditismo, com um candidato de oposição à frente de uma forte aliança, que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), e uma fragmentação de candidaturas de esquerda e de centro-esquerda, entre elas as duas que representariam continuidade do projeto iniciado mais de uma década atrás.
Atual governadora, Izolda Cela (PDT), que foi rifada pelo próprio partido no processo interno de definição de nome, não deve se posicionar a favor de qualquer candidato no primeiro turno. A influência da máquina estadual, portanto, não estará presente na campanha do correligionário, seja contra ou a favor.