Pesquisa Ipespe divulgada nesta sexta-feira, 4, pelo O POVO mostra que 49% dos cearenses avaliam negativamente o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Desse total, 40% consideram a administração péssima e 9% ruim. Ainda de acordo com o levantamento, a gestão é classificada como regular para 24% dos entrevistados. Entre os que avaliam o governo positivamente, 15% afirmam que ele é bom e 10% ótimo, totalizando 25%. O percentual dos que não sabem ou não quiseram responder foi de 2%.
A margem de erro máxima estimada é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95,5%. A pesquisa foi realizada de 30 de julho a 2 de agosto. O Ipespe ouviu mil pessoas com 16 anos ou mais em todas as regiões do Ceará, por telefone, via sistema Cati Ipespe. A pesquisa foi contratada pelo O POVO e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com os números BR-03845/2022 e CE-01693/2022.
A pesquisa indica que Bolsonaro tem pior avaliação no grupo de entrevistados com maior grau de escolaridade. Entre os que declararam ter Ensino Superior completo, 59% julgam o governo como ruim ou péssimo. Para 33% o desempenho é ótimo ou bom, enquanto 8% classificam como regular. O presidente também é mal avaliado entre o eleitorado mais jovem. Na faixa etária de 16 a 24 anos, 57% definem a administração como ruim ou péssima, 21% ótima ou boa e 19% regular.
Dos quatro grupos etários pesquisados, a avaliação positiva do presidente da República supera a negativa apenas entre os idosos com mais de 60 anos. Para 46% dessa parcela de entrevistados, a gestão Bolsonaro é ótima ou boa, contra 39% de ruim ou péssimo e 15% regular. No público de 25 a 44 anos, o índice de ruim ou péssimo chega a 52% ante a 20% de ótimo ou bom e 27% de regular. Já na faixa de 25 a 59 anos, 46% avaliam como ruim ou péssimo, 22% ótimo ou bom e 29% regular.
No geral, os números apontam relação direta entre a idade dos entrevistados e a percepção deles em relação ao governo Bolsonaro. Quanto mais jovem o eleitor, pior é a aprovação do presidente. Por outro lado, o desempenho melhora à medida que a faixa etária aumenta.
Em relação ao gênero, o levantamento mostra o governo mais bem avaliado entre os homens, com 36% de ótimo ou bom contra 16% no grupo feminino. Já a classificação negativa, de ruim ou péssimo, é de 53% entre as mulheres e de 44% no público masculino. A avaliação regular dos homens é de 18%; das mulheres, 29%.
Considerando o perfil socioeconômico dos entrevistados, o desempenho do governo Bolsonaro é melhor entre aqueles que possuem renda familiar superior a cinco salários mínimos por mês. Nesse grupo, 40% avaliam a administração federal como ótima ou boa. O índice de aprovação cai para 24% entre os que possuem rendimentos mensais de dois a cinco salários mínimos e repete os mesmos 24% no grupo dos que ganham menos de dois salários mínimos.
Em nenhum dos segmentos pesquisados pelo Ipespe (sexo, idade, grau de instrução e renda familiar) a avaliação positiva supera a negativa.
No mesmo levantamento sobre a avaliação dos cearenses em relação ao governo Bolsonaro, o Ipespe testou o desempenho do presidente considerando as intenções de voto para os candidatos ao Governo do Estado. Nesse cenário, a aprovação do governo é expressivamente maior entre aqueles que declararam voto em Capitão Wagner (União Brasil). Para 56% desses eleitores, a gestão Bolsonaro é ótima ou boa. O índice despenca a 9% entre os que manifestaram voto em Roberto Cláudio (PDT) e a 2% no grupo que declarou intenção de votar em Elmano Freitas (PT).
Na outra ponta, o julgamento negativo do governo é maior entre os eleitores do candidato petista. Neste grupo, 89% julgam a administração Bolsonaro como ruim ou péssima. O percentual é de 58% entre os entrevistados que declararam voto em Roberto Cláudio e de 21% entre os que pretendem votar em Capitão Wagner. Já os índices da classificação regular são de 19%, 31% e 20% entre os eleitores de Elmano, Roberto Cláudio e Capitão Wagner, respectivamente.
A pesquisa é realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe). Com 36 anos de atuação, o Ipespe tem como presidente do Conselho Científico Antonio Lavareda. Ele é doutor em Ciência Política efoi coordenador ou consultor em 91 campanhas eleitorais majoritárias no Brasil e atuou também em Portugal e na Bolívia.
"O voto dos cearenses, a campanha eleitoral, a relação entre a disputa nacional e a eleição estadual, tudo isso e muito mais será acompanhado pelas pesquisas do Ipespe, com primeira divulgação nessa quinta", disse Lavareda.
O Ipespe já realizou milhares de pesquisas de opinião pública eleitorais, de mercado e sociais, para setor público, setor privado, universidades, organizações não governamentais (ONGs) e da sociedade civil. O instituto faz pesquisas qualitativas, quantitativas face a face e telefônicas, trackings, pesquisas etnográficas, estudos de geografia de mercado, censos, web e mobile surveys e estudos de neurociência aplicada. Faz pesquisas por telefone desde 1993 — foi o primeiro a realizar tracking telefônico em campanha eleitoral.
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O agregador tem números da corrida rumo à Presidência da República, governo dos estados e Senado, além da avaliação do governo federal e de governos estaduais.
O projeto foi desenvolvido pelo DATADOC, o núcleo de dados do O POVO.
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