O senador Tasso Jereissati (PSDB) acionou o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) com pedido de que o juiz Francisco Érico Carvalho Silveira seja considerado suspeito para julgar o processo sobre a validade ou não da convenção da federação PSDB/Cidadania, em que foi aprovada a neutralidade na disputa ao Governo do Ceará, defendida por Chiquinho Feitosa.

Sob o comando de Tasso, o PSDB realizou outra convenção no dia seguinte e aprovou aliança com Roberto Cláudio (PDT) e indicou o empresário Amarílio Macedo (PSDB) como candidato a senador na chapa. A definição sobre qual das duas convenções vale foi parar na Justiça. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu pela neutralidade da federação.

Francisco Érico é relator do caso no TRE-CE. Ele ocupa a função de juiz do tribunal em vaga destinada a jurista. Tasso aponta que o magistrado é sócio do advogado Alcimor Rocha Neto, classificado como "mentor jurídico" de Chiquinho Feitosa, no documento encaminhado pelo senador ao TRE-CE.

Na peça, os advogados José Eduardo Rangel de Alckmin e Antonio César Bueno Marra apontam que Alcimor Rocha Neto é primo em primeiro grau de Caio Cesar Asfor Rocha, "que por sua vez, vem a ser nada menos que genro de Chiquinho Feitosa", diz ação.

Outro argumento utilizado é de que Chiquinho Feitosa moveu a federação PSDB/Cidadania para a neutralidade de modo a favorecer Camilo Santana (PT), candidato a senador, já que Amarílio Macedo estaria impedido de estar presente na chapa e a ausência do PSDB repercutiria no tempo de televisão.

O POVO procurou Chiquinho Feitosa e a assessoria de comunicação do dirigente partidário, mas não obteve resposta até o fechamento desta página.