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Cid quer ser "cupido" da reconciliação no 2º turno: "Aliança se desfez contra minha vontade"
Politica

Cid quer ser "cupido" da reconciliação no 2º turno: "Aliança se desfez contra minha vontade"

Senador disse que irá se preservar no primeiro turno para não "chancelar" o rompimento da aliança. Porém, pediu voto para candidato da aliança adversária, Camilo Santana
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Cid prega adesivo de Camilo (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS Cid prega adesivo de Camilo

Ausência mais notada das articulações eleitorais no Ceará até o momento, o senador Cid Gomes (PDT) participou, na manhã deste sábado, 3, do primeiro ato de campanha. Foi em Sobral, terra natal dele e onde foi duas vezes prefeito. Ele realizou adesivaço para as campanhas do irmão, Ciro Gomes (PDT), a presidente da República. Até então, ele se limitou a manifestações a favor de Ciro nas redes sociais. Neste sábado, pediu votos e pregou adesivos, também, pela candidatura do ex-governador Camilo Santana (PT) a senador. Camilo concorre por aliança adversária.

O partido dele, o PDT, lançou a deputada Érika Amorim como candidata ao Senado. Quanto a Camilo, tem sido alvo de acusações de traição feitas por Ciro — embate entre os dois candidatos para quem Cid pedia voto na manhã deste sábado.

Já sobre a eleição para governador, Cid informou que não irá se posicionar no primeiro turno. Enfatizou mais de uma vez que foi contra o fim da aliança. E irá se preservar para tentar recompor o entendimento no segundo turno.

Na véspera, o candidato do PDT a governador, Roberto Cláudio, fez campanha em Sobral, sem a presença dos irmãos Ferreira Gomes. Veja a íntegra da entrevista coletiva de Cid:

Cid Gomes - Aqui é a minha terra, é aqui que eu reponho as energias. Só mais um passo.

Pergunta - Senador, na época da escolha do candidato ao governo do Estado pelo PDT, se afastou das conversas. Por que o senhor se afastou das conversas para escolher a pessoa da candidatura?

Cid - Então, deixa eu lhe dizer. Em 96, 1996, já se vão mais de 25 anos, eu iniciei aqui em Sobral uma aliança entre o meu partido (na época o PSDB) e o PT. Eu me sinto meio que patrono dessa aliança, que depois se estendeu para o Estado. Por razões alheias à minha vontade, contra a minha vontade, essa aliança se desfez agora. Eu tenho esperança de que essa relação possa ser reatada no segundo turno. Para que aconteça, eu vou me preservar no primeiro turno para tentar ser o catalizador, o cupido da renovação dessa aliança no segundo turno.

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Pergunta - Esse evento de hoje é para fortalecer o PDT, enfim, a candidatura do Ciro para a presidência. Por que não tem apoio também, no Ceará, pelo PDT também, a Roberto Cláudio?

Cid - Veja bem, é isso que eu lhe falei. É isso que eu lhe falei. Se eu for tomar partido agora, chancelando essa quebra de aliança, eu vou encontrar dificuldades de reatar essa relação no segundo turno. E a eleição no Ceará, a meu juízo, não se decidirá no primeiro turno. Então, no segundo turno é importante que a gente mantenha os canais abertos. Como isso foi contra a minha vontade, essa separação, a melhor conduta que eu achei foi essa. Vou trabalhar pelo Ciro, vou trabalhar pelo Camilo para senador. Vou trabalhar pelos nossos deputados federais, nossos deputados estaduais. Mas governador, eu vou me preservar para o segundo turno.

Pergunta - Para senador, apoia, então, Camilo Santana?

Cid - Eu apoio o Camilo. Apoio o Camilo para senador, apoio o Ciro para presidente da República. E temos os nossos deputados federais, em cada município um.

Pergunta - O senhor não coloca em risco a candidatura do candidato do partido, do PDT? Não coloca em risco, a sua ausência?

Cid - Eu não quero colocar em risco é a aliança que infelizmente apartou-se, mas eu tenho esperança de que ela se renove no segundo turno.

Pergunta - O senhor deve participar mais ativamente da campanha?

Cid - Sim, sim. Tudo que estiver ao meu alcance.

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