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Internet 5G é ativada em apenas 4 dos 50 bairros previstos em Fortaleza
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Internet 5G é ativada em apenas 4 dos 50 bairros previstos em Fortaleza

| Cobertura inicial | Operadoras informaram que liberação das áreas foi feita pela Anatel. Previsão de ampliação da cobertura varia entre as empresas
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QUANTIDADE de bairros com sinal foi muito aquém do esperado (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA QUANTIDADE de bairros com sinal foi muito aquém do esperado

O primeiro dia de 5G em Fortaleza frustrou aqueles que já esperavam uma ampla área de cobertura. Dos 50 bairros cujo sinal da nova geração de telefonia móvel deveria estar funcionando, segundo informações das próprias operadoras, apenas quatro tiveram a instalação das antenas autorizada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Dois deles, Meireles e Aldeota, tiveram a cobertura garantida por Claro, TIM e Vivo, enquanto Jardim América e Joaquim Távora tiveram sinal garantidos apenas pela TIM no primeiro dia de 5G na capital cearense.

Na lista inicial de 50 bairros, a TIM informou a maior área coberta também com 31 bairros ao todo. A Claro apresentou o segundo maior número, com 19. Já a Vivo, primeira a revelar quais áreas deveria iniciar a operação do 5G, somou 18.

As operadoras alegam que a redução de 50 para somente quatro bairros está nas tomadas de decisões da Anatel. A Agência regula o setor no País e é a responsável pela autorização para o início da nova geração de telefonia móvel. No entanto, diferente do que dizia o edital, o início da operação não ocorreu em 31 de julho de 2022.

Fortaleza, inclusive, foi apontada como a única capital do Nordeste apta a receber o sinal no início do ano, mas só teve a operação autorizada ontem, 5, depois de ver João Pessoa (PB) e Salvador (BA) terem o sinal ativado.

Perguntada sobre o porquê da ativação por fases, a Anatel não assumiu a decisão e disse que "cada prestadora possui sua estratégia de implantação e expansão da rede. Sendo assim, é natural que nesse momento inicial nem todas as operadoras atendam todos os bairros/regiões." Sobre os prazos, a Anatel citou o edital, o qual define que "cada prestadora precisa instalar, no mínimo, 1 estação a cada 100 mil habitantes até o dia 29 de setembro de 2022."

"Essa obrigação, para as capitais, vai crescendo gradualmente ao longo do tempo até a proporção de 1 estação a cada 10 mil habitantes chegar no dia 31 de julho de 2025", acrescentou.

Ativação ocorrerá gradualmente

A projeção de cobertura como a inicial, adianta a Claro, deve acontecer até o fim desta semana. "Nós vamos entrar em todos os bairros que anunciamos no decorrer da semana. É uma questão de burocracia e compliance com a Anatel que precisamos cumprir. O bom é que temos localidade experimentando velocidade 5G, com 900 megabits por segundo", afirmou André Peixoto, diretor da Claro Nordeste.

Ao O POVO, ele contou que a empresa identifica o interesse do cearense pelo 5G e por isso a empresa se dedicou a fechar parcerias com fabricantes de smartphones e desenvolver planos controle e pós-pagos focados neste novo nicho, cujo preços vão de R$ 44,90 a R$ 299,90.

Já a Vivo prevê a cobertura completa informada na semana passada "nas próximas semanas." A TIM disse não poder prever quando deve chegar com 5G aos 31 bairros listados inicialmente.

Todas as operadoras observam ainda que o usuário não precisa trocar o chip para ter o sinal 5G ativado. A exigência é a troca do aparelho. Nesse caso, Peixoto alerta para os usuários de iPhone, cujo software ainda não foi atualizado e por isso o 5G não pode ser desfrutado pelos usuários.

Aplicações por estado não são revelados por operadora, mas Claro, Vivo e TIM, arremataram o lote principal do leilão de 5G, de abrangência nacional, pelo valor de R$ 1,1 bilhão.

"Os investimentos são altos, mas estão dentro do nosso planejamento e estamos muito firmes em manter todo esse compromisso. Quem fizer o dever de casa vai ter a preferência dos consumidores", analisou Peixoto sobre as metas projetadas para o 5G até 2027.

 

Mais notícias de Economia

Brisanet

Procurada, a Brisanet disse estar no processo de implementação do 5G. Em maio, a empresa informou que Fortaleza e a região ao redor de Pereiro, sede da operadora, devem ser as primeiras áreas ativadas com o sinal 5G

 

Ativação do 5G pode abrir 50 mil novos postos de trabalho

A ativação do 5G no Brasil, além de despertar o interesse do usuário, também projeta a geração de novos postos de emprego formal. Número citado pela chinesa Huawei a partir de pesquisas de mercado soma 50 mil novas oportunidades trazidas pela nova tecnologia em todo o País. No Ceará, apenas o Instituto Federal de Educação do Ceará (IFCE) projeta treinar cinco profissionais na nova geração de telefonia móvel.

Entre as operadoras, a geração de vagas ainda não está bem definida. Mas o tema é encarado como desafio, segundo indica a Conexis, sindicato das empresas que representa o setor.

"O grande desafio que temos pela frente é justamente a capacitação de mão de obra. Hoje, no Brasil, são formados 53 mil alunos por ano para atuar no setor de TICs, mas a demanda é quase três vezes maior do que a oferta. O longo do tempo esse gap tende a provocar gaps qualitativos também no mercado de trabalho", afirmou Marcos Ferrari, presidente executivo da entidade durante o evento "EDTECHS e as Escolas Públicas Avançando na Inovação e Conectividade", ainda em agosto.

A aplicação da tecnologia, segundo ele, deve romper com os modelos tradicionais e promover um processo de mudança social e econômica no Brasil. Nesse contexto, ele aponta a necessidade de políticas públicas na educação que possam formar mão de obra qualificada para atender a demanda gerada nessa transformação.

"Precisamos decidir se queremos ficar mais perto dos países que estão avançando ou se queremos ficar estacionados em um modelo de educação que não oferece condições de entrar no mercado de trabalho competitivo e inovador", afirmou.

 

Expectativas positivas para consumidor, setor privado e academia

Como a gente está observando são poucos bairros porque são poucas antenas e é um momento incipiente para se fazer uma avaliação para o consumidor. Mas a capacidade de atendimento do 5G aos usuários é muito grande, de 10 mil por quilômetro quadrado. Isso é um absurdo de pessoas em um mesmo espaço fazendo ligações e usando a internet. Obviamente, para chegar isso, precisamos da instalação dos equipamentos e de os usuários aderirem à nova tecnologia.

Mas, naturalmente, a gente não quer só o 5G para baixar vídeo, quer para aplicação na indústria e na academia. Dentro da academia, o que a gente já tem de iniciativa, é uma cabine de saúde na qual as pessoas possam fazer alguns exames, nenhum que seja evasivo, e com tráfego de dados muito alto e em tempo real que o 5G permite. A ideia é instalar essas cabines em áreas remotas para conectar com um médico. É um projeto que começamos a trabalhar por conta da pandemia, mas também porque a tecnologia aplicada à saúde está muito em evidência. Medir a temperatura, aferir pressão, oxigênio do sangue, glicose e uma série de exames poderão ser feitos com qualidade.

No setor produtivo, a indústria é a área mais promissora. Todos os programas utilizam um protocolo de comunicação, que não interage com o 5G. O que pode ser feito? Ter uma indústria sem a participação humana? Sim. A Huawei já tenta fazer isso. Então, o grande desafio envolve indústria e academia por envolver os protocolos industriais de segurança para se comunicar com a máquina, para acionar a máquina/robôs operados por inteligência artificial.

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