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2º turno nos estados: Aliados de Lula e Bolsonaro em disputas equilibradas
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2º turno nos estados: Aliados de Lula e Bolsonaro em disputas equilibradas

Pesquisas apontam vantagem de nomes apoiados pelo presidente em cinco estados, mesmo número de candidatos aliados ao petista com chances reais de vencer
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Tarcisio de Freitas e Fernando Haddad duelam no segundo turno em São Paulo, maior colégio eleitoral do País (Foto: Suamy Beydoun/AGIF)
Foto: Suamy Beydoun/AGIF Tarcisio de Freitas e Fernando Haddad duelam no segundo turno em São Paulo, maior colégio eleitoral do País

Eleitores de 12 estados brasileiros voltam às urnas no dia 30 de outubro para escolher, além do presidente da República, os próximos governadores, em segundo turno. São cinco disputas estaduais no Nordeste, duas no Norte, Sudeste e Sul e uma no Centro-Oeste.

As pesquisas de intenções de voto mais recentes apontam cenários equilibrados na maioria das disputas. O quadro de acirramento é maior em Rondônia e no Mato Grosso do Sul, onde os candidatos aparecem empatados numericamente nas sondagens. Nos dois estados, os postulantes que foram ao segundo turno são apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

No total, aliados do presidente têm chances reais de vencer as disputas em cinco estados (São Paulo, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Rondônia e Santa Catarina).

Em outras cinco Unidades da Federação (Alagoas, Sergipe, Paraíba, Bahia e Espírito Santo) nomes ligados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparecem em vantagem. Em dois estados (Pernambuco e Rio Grande do Sul), por sua vez, os líderes nas pesquisas são candidatos que optaram pela neutralidade na disputa presidencial.

No primeiro turno, Bolsonaro conseguiu emplacar mais aliados do que Lula nos governos estaduais. Dos 15 governadores eleitos, nove estão ao lado do presidente (AC, DF, PR, MT, MG, RJ, RR, GO e TO) e seis apoiam o petista (CE, PI, MA, RN, PA e AM) neste segundo turno da corrida presidencial.

Em alguns casos, porém, as alianças foram seladas somente após o resultado das urnas, a exemplo do governador reeleito Romeu Zema (Novo), que anunciou apoio a Bolsonaro, e do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), que aderiu à campanha de Lula.

Com maior número de estados em disputas de segundo turno, o Nordeste tem quadro peculiar em relação às demais regiões do País. Em nenhum dos cinco estados onde haverá votação no dia 30, candidatos declararam apoio a Jair Bolsonaro.

Em Alagoas, Rodrigo Cunha (União Brasil) decidiu ficar neutro na corrida ao Planalto. O candidato à reeleição Paulo Dantas (MDB), apoiado por Lula, aparece em vantagem na pesquisa Ipec divulgada no último dia 20. O levantamento apontou o governador com 55% dos votos válidos ante a 45% de Cunha.

Na Bahia, o ex-secretário da Educação Jerônimo Rodrigues (PT), também aliado de Lula, lidera a corrida pelo governo do Estado, segundo pesquisa Ipec divulgada no dia 21. A sondagem mostrou o petista com 52% dos votos válidos contra 48% do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil).

Desde o primeiro turno, Jerônimo utiliza a aliança com Lula como principal trunfo de sua campanha. ACM Neto, por outro lado, decidiu não manifestar apoio a nenhum dos candidatos na corrida presidencial.

A estratégia é não fazer frente à força eleitoral do ex-presidente no Estado, que terminou o primeiro turno com quase 70% dos votos válidos, e ao mesmo tempo garantir o voto do eleitor de Bolsonaro, que obteve 24,31%.

Na Paraíba, o governador João Azevêdo (PSB), outro aliado de Lula, também lidera a corrida eleitoral, ainda que tecnicamente empatado com o adversário. Na pesquisa Ipec do dia 20, o candidato à reeleição obteve 53% dos votos válidos contra 47% do ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB), que se mantém neutro na eleição para presidente desde o começo da campanha.

Em Pernambuco, a eleição tem uma disputa inédita entre duas mulheres. Pela primeira vez, o Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado, será ocupado por uma governadora a partir de 1º de janeiro de 2023.

Estão na disputa a deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) e a ex-prefeita de Caruaru Raquel Lyra (PSDB). As pesquisas indicam a tucana na liderança desde o começo do segundo turno. A última sondagem do Ipec, divulgada nesta quarta-feira, 25, mostrou Raquel com 54% dos votos válidos e Marília com 46%.

Para reverter a desvantagem, a deputada, que é neta do ex-governador Miguel Arraes, aposta na força eleitoral de Lula, que terminou o primeiro turno com mais de 65% dos votos no Estado.

O cenário das eleições pernambucanas é parecido com o da disputa pelo Governo do Sergipe. De um lado, o senador Rogério Carvalho (PT), apoiado por Lula e que usa a aliança com o ex-presidente como estratégia central da campanha. Do outro, o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD), que prega independência e tenta se afastar da corrida ao Planalto.

Os dois estão empatados tecnicamente, segundo pesquisa Ipec publicada no último dia 20. O levantamento mostrou o petista com 51% dos votos válidos, contra 49% de Mitidieri. A disputa, segundo o instituto, tende a ser uma das mais apertadas do País no próximo dia 30.

Sudeste e Sul: eleição aberta em São Paulo e no Rio Grande do Sul

No maior colégio eleitoral do País, São Paulo, as eleições estão mais acirradas acirrada na reta final. Pesquisa Ipec divulgada nesta quarta-feira, 25, indica empate técnico entre Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) e Fernando Haddad (PT), apoiado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles pontuam 52% e 48%, respectivamente, nos votos válidos.

Na comparação com a última pesquisa do instituto, publicada no dia 11, a diferença caiu dois pontos, com Haddad oscilando um ponto para cima e Tarcísio um ponto para baixo.

Já o levantamento do Datafolha, divulgado no dia 19, mostrou um cenário mais favorável a Tarcísio, que apareceu com 55% contra 45% do adversário.

No primeiro turno, Tarcísio também ficou à frente nas urnas, contrariando as pesquisas divulgadas ao longo de toda a campanha, que apontavam Haddad na liderança. O aliado do presidente terminou o pleito com 42,32% dos votos válidos, enquanto o petista obteve 35,70%.

Independente do resultado no segundo turno, a eleição de 2022 é histórica para o maior estado do País. Pela primeira vez em quase três décadas, o PSDB não estará à frente do governo paulista.

O partido comanda o estado desde 1995, quando Mário Covas tomou posse como governador. Desde então, os tucanos elegeram seis governadores em oito mandatos consecutivos, uma hegemonia de 28 anos que será encerrada em 31 de dezembro deste ano.

O candidato da sigla, Rodrigo Garcia (PSDB), ficou em terceiro lugar, com 18,40% dos votos. No dia seguinte ao primeiro turno, o tucano anunciou apoio “incondicional” a Tarcísio e Bolsonaro na segunda etapa da disputa.

No Espírito Santo, outro estado do Sudeste com segundo turno, a disputa também envolve aliados de Lula e Bolsonaro. O atual governador Renato Casagrande (PSB), apoiado pelo petista, aparece na liderança da pesquisa mais recente do Ipec.

Levantamento divulgado no dia 21 mostrou o candidato à reeleição com 55% dos votos válidos contra 45% do adversário, o ex-deputado federal Carlos Manato (PL), nome aliado ao presidente no Estado.

No dia 2 outubro, o governador obteve 46,94% dos votos válidos e ficou a menos de quatro pontos percentuais de conseguir a reeleição no primeiro turno. Manato alcançou 38,48%.

Na região Sul, a disputa é mais equilibrada no Rio Grande do Sul, onde o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) lidera com 55% dos votos válidos, contra 45% de Onyx Lorenzoni (PL), conforme pesquisa Ipec do dia 21.

Ex-ministro de Bolsonaro, Lorenzoni aposta na aliança com o presidente para desbancar o adversário. Na contramão, o tucano anunciou neutralidade na corrida ao Planalto.

Na reta final da campanha, o ex-governador ganhou a adesão do diretório local do PT. Em nota enviada aos filiados na segunda-feira, 24, o presidente do partido no estado, Paulo Pimenta, recomendou "voto crítico" em Leite "para derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo neste segundo turno".

Em Santa Catarina, o candidato aliado ao presidente, Jorginho Mello (PL), tem amplo favoritismo na disputa com o nome apoiado por Lula, Décio Lima (PT). De acordo com pesquisa Ipec divulgada no último dia 21, Mello tem 61% dos votos válidos, enquanto o petista aparece com 31%.

No primeiro turno, o candidato de Bolsonaro saiu das urnas com mais que o dobro da votação de Lima. Mello alcançou 38,61% dos votos válidos e o petista ficou com 17,42%. O governador Carlos Moisés (Republicanos), que também era apoiado por Bolsonaro, não conseguiu ir ao segundo turno, ficando com 16,99% da votação.

Bolsonaristas em vantagem no Norte e Centro-Oeste

Candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) dominam as disputas do segundo turno no Mato Grosso do Sul, único estado do Centro-Oeste com eleição não decidida no 1º turno. Os dois postulantes ao Governo do Estado, Capitão Contar (PRTB) e Eduardo Riedel (PSDB), são bolsonaristas de primeira linha.

Levantamento mais recente do Ipec, divulgado no dia 21, mostrou ambos os candidatos empatados numericamente com 50% dos votos válidos cada.

A disputa entre eles também foi apertada no primeiro turno. Capitão Contar obteve 26,71% da votação válida, contra 25,16% de Riedel. Já Bolsonaro, que tem o voto do seu eleitorado disputado pelos dois concorrentes, recebeu 52,70% dos sufrágios. Lula ficou com 39,04%.

Com os dois aliados concorrendo ao Governo, Bolsonaro anunciou neutralidade na corrida eleitoral do Estado. "Os dois candidatos são simpáticos à minha pessoa, então, não pretendo nem ir ao Mato Grosso do Sul”, disse o presidente no começo da campanha do segundo turno.

Na região Norte, o governo de Rondônia também é disputado por dois bolsonaristas. O atual governador, Coronel Marcos Rocha (UB), candidato à reeleição, mede forças com o senador Marcos Rogério (PL), que se notabilizou na CPI da Covid no Senado pela defesa enfática do Governo Federal.

A disputa, conforme pesquisa Ipec divulgada no dia 19, deve ser decidida voto a voto. No levantamento, os dois candidatos também pontuam 50% cada nos votos válidos.

O cenário de acirramento é praticamente o mesmo do primeiro turno, quando os postulantes ficaram separados por pouco mais de um ponto percentual. Na votação do dia 2 de outubro, Rocha ficou com 38,88% dos votos válidos e Rogério obteve 37,05%.

Desde o começo da campanha, os dois candidatos têm como principal tática eleitoral a exploração da aliança com Bolsonaro, que recebeu 64,33% da votação no Estado no primeiro turno. Lula, que não apoiou nenhum candidato na disputa pelo Governo, ficou com 28,98%.

No Amazonas, outro estado do Norte onde há segundo turno, o governador Wilson Lima (UB), aliado de Bolsonaro, também aparece em vantagem nas pesquisas.

A mais recente sondagem do Ipec, divulgada no dia 19, apontou Lima com 56% dos votos válidos, contra 44% do adversário, o senador Eduardo Braga (MDB), nome aliado de Lula no Estado.

O atual governador obteve 42,82% da votação no primeiro turno ante a 20,99% do emedebista. O terceiro mais votado foi o ex-governador Amazonino Mendes (Cidadania), com 18,56%, seguido do deputado estadual Ricardo Nicolau (SD), que alcançou 11,37%. Ambos anunciaram posição de neutralidade no segundo turno.

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