O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), afirma que ainda existem mágoas mútuas entre PT e PDT, que persistem após a eleição. Ele afirma se sentir isolado e "vítima" do racha entre as legendas, diante de um histórico de união no passado.
"O PDT abriu uma rediscussão de posição estadual, de independência, de incompreensões cá e lá, mágoas persistem ainda pós-eleição. Me sinto o único...a vítima dessa história, porque logo quando eu sou prefeito eles resolvem brigar", disse ele na saída da reunião do partido na noite desta terça-feira, 23.
O gestor chegou a levantar a bandeira de que achava "paradoxal" o PDT apoiar o PT sem retribuições, incluindo na negociação a gestão municipal. Com o avançar dos diálogos entre os pedetistas, como mostrado pelo colunista Carlos Mazza, Sarto já destaca que a única decisão do partido até agora é de "independência".
Ele defende franqueza e sinceridade para que o diálogo progrida. Caso não haja definição dessa forma, o caminho, segundo ele, deve ser uma votação interna. "A gente diverge, compreende divergências, projetos diferentes e, se no final, se a gente não chegar a um consenso o partido define em votação. A divergência é para isso, o nome não é partido?", afirmou.
Na Câmara Municipal (CMFor), há anos, mesmo com a união no estadual, as duas legendas são rachadas e costumam lançar candidaturas individuais. Sarto, durante a tramitação da Taxa do Lixo, foi alvo de duras críticas da bancada do PT. Na outra via, muitos vereadores do PDT foram ferrenhos opositores das propostas do pacote econômico de Elmano, aprovado na última semana.