Deputado federal pelo PL do Ceará, Yury do Paredão rebateu críticos nesse domingo, 14, entre eles o também deputado e colega de partido André Fernandes, que havia sugerido sua expulsão da sigla por participar da agenda de Lula no estado na última sexta-feira, 12.
Pelas redes sociais, Yury respondeu: "Exerço o meu mandato com diálogo, respeito e tolerância. Estou à disposição para ouvir as demandas da população e buscar soluções".
Em seguida, disse que o "Brasil precisa olhar para frente" e que "os conflitos radicais não fazem bem ao povo brasileiro".
"A política é instrumento para a superação de desafios", continuou, "ela não deve servir ao radicalismo e nem incentivar o ódio".
Fernandes, um dos parlamentares cearenses mais ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é alvo de inquérito no STF que apura sua responsabilidade no estímulo aos atos golpistas do 8 de janeiro.
Na nota de ontem, Yury do Paredão fez menção indireta aos ataques às sedes dos três Poderes, episódio pelo qual centenas de acusados já se tornaram réus até agora. "Sigo e olho para frente contribuindo para um país melhor para todos, com desenvolvimento econômico, inclusão social, respeito às instituições e democracia", concluiu o deputado.
Na sexta-feira, o deputado do PL participou da recepção a Lula no Ceará — o petista teve compromissos em Fortaleza e no Crato, na região do Cariri.
Também pelas redes, o parlamentar registrou naquele dia: "É uma honra recepcionar o presidente Lula em minha cidade Juazeiro do Norte, ao lado do senador e ministro da Educação, Camilo Santana, o governador do Ceará, Elmano Freitas, e o líder do Governo na Câmara, deputado Zé Guimarães". A postagem foi acompanhada por uma foto na qual Yury aparece ao lado das lideranças citadas.
Pelo Twitter, André Fernandes atacou: "Deputado do PL que posa ao lado do maior ladrão da história do Brasil em foto tem que ser expulso imediatamente do partido. Quem tem 'honra' em receber Lula, não tem honra para permanecer no nosso partido".
A reportagem fez contato com o presidente estadual do PL, o prefeito Acilon Gonçalves, mas não houve retorno.
Eleito em 2022 como aliado de Bolsonaro, Yury do Paredão esteve no palco do evento de Lula no Crato. Lá, ouviu o presidente chamar Bolsonaro de "homicida" e responsabilizá-lo por obras paradas na área da educação.