O governador Elmano de Freitas (PT) disse ser necessário aguardar uma manifestação do senador Cid Gomes (PDT) sobre seu eventual destino partidário. De saída do PDT, Cid e um grupo de deputados e prefeitos analisam o cenário político para definir onde se filiar.
O PT passou a ser cotado como um dos destinos na última semana, após falas de Elmano e do ministro da Educação, Camilo Santana, sinalizando que as portas do PT estão abertas para Cid.
“Temos que esperar (a manifestação do) o senador Cid. O respeito que tenho por ele, posso dar minha opinião de como o considero bem-vindo no partido do qual faço parte. Ele será muito bem-vindo em qualquer partido do campo da centro-esquerda, não tenho dúvidas. Agora, primeiro, é uma reflexão dele e do grupo político”, disse Elmano em coletiva nesta segunda-feira, 20, na inauguração do Centro Integrado de Segurança Pública do Ceará (Cisp).
Questionado sobre se haveria resistência a uma filiação de Cid junto ao PT, Elmano preferiu não antecipar a discussão. “Uma coisa que aprendi é que a gente discute os problemas, se é que vamos ter problemas, quando eles e se eles se colocarem. Sou um governador que está dando continuidade no Ceará a um projeto iniciado pelo senador Cid (...) Se temos essa identidade toda de construção de projetos, evidentemente o senador será muito bem-vindo ao PT”, comentou o governador, que tem sinalizado favorável à aproximação.
A suposta resistência a Cid foi cogitada devido ao posicionamento do líder do governo Lula (PT) na Câmara dos Deputados, o deputado José Guimarães (PT), que disse não existir "nenhuma discussão” na direção nacional do PT sobre uma possível filiação de Cid.
Nesta segunda-feira, Elmano reforçou que Cid tomará a decisão a partir do diálogo e que posteriormente o PT poderá vir a discutir a questão. “Como sempre fez, ele (Cid) não está tomando uma decisão da cabeça dele, está se reunindo, ouvindo as pessoas. Atuando de maneira coletiva, como um líder deve fazer. Mais uma vez dando uma lição a alguns de como se deve fazer. Liderança não é quem manda nos outros dizendo o que tem que fazer, é ouvir os que lidera para juntos tomar uma decisão”, disse.
E seguiu: “Essa decisão é importante para ele e seu grupo político. Ele está agindo de maneira correta, dialogando, mas sabendo, da minha parte, que eu como filiado do PT teria muito orgulho de tê-lo nas fileiras do partido que faço parte. Todo partido tem rito. A lei eleitoral, inclusive, obriga que tenha. Ter rito faz parte da legislação brasileira”, concluiu.
Embora o ministro Camilo Santana tenha declarado, na semana passada, que o presidente Lula teria acenado positivamente para um convite a Cid entrar no PT, não ficou claro se o convite seria somente para o senador ou se seria extensível aos outros aliados do grupo político que também estão planejando uma saída conjunta do PDT.