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Governo iniciará processo de licitação para mudança de Mausoléu Castelo Branco, diz Elmano
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Governo iniciará processo de licitação para mudança de Mausoléu Castelo Branco, diz Elmano

Em agosto, governador anunciou que estrutura em homenagem ao presidente da Ditadura Militar será substituída por monumento aos abolicionistas
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MAUSOLÉU Castelo Branco será retirado do Palácio da Abolição (Foto: Yuri Allen/Especial para O Povo)
Foto: Yuri Allen/Especial para O Povo MAUSOLÉU Castelo Branco será retirado do Palácio da Abolição

Elmano de Freitas (PT) afirmou que o Governo do Estado dará início à "licitação para fazer as alterações” no Mausoléu Castelo Branco. Em visita ao O POVO na última quarta-feira, 20, o chefe do Executivo explicou que o equipamento deve "homenagear os membros da luta pela abolição" do Estado.

"O Palácio Abolição deve ter símbolo que unifica todos. E todos é todos. Não é os da esquerda, os do centro, da direita ou de quem não gosta de política. Tem que ser o símbolo que todos que se percebam como cearense, digam: 'eu me identifico com esse símbolo'. Então, é a bandeira do Ceará, é a luta contra a escravidão no Ceará”, justificou.

Ainda conforme o governador, a linha adotada para a mudança é a de “que o Palácio tenha dentro dele símbolos que expressem essa unidade do povo cearense". "Essa é a posição, é o que vai ser apresentado pela Secretaria de Cultura", acrescentou. Durante a entrevista, Elmano também disse que conversou com familiares do ex-presidente sobre a mudança.

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Mausoléu de Castelo Branco

O equipamento em memória ao primeiro presidente da Ditadura Militar, Humberto de Alencar Castelo Branco, foi inaugurado em 1972, pelo então governador do Ceará, César Cals, cinco anos após a morte do marechal. O atual governador, no entanto, substituirá o espaço por um monumento em homenagem aos abolicionistas do Estado.

Em 2006, toda a estrutura do mausoléu passou por uma restauração. Atualmente, a edificação se encontra em processo de tombamento provisório, visando a sua preservação como patrimônio histórico do Estado do Ceará.

De acordo com a secretária de Cultura do Estado, Luísa Cela, o projeto articulado entre a pasta e a Secretaria dos Direitos Humanos tem previsão de ser concluído até março do ano que vem.

“A gente está desenhando o projeto de uma nova ocupação, a ideia é que vire um projeto de memória fazendo referência às pessoas que lutaram pelo retorno da democracia no nosso país, mas ainda em estudo, para onde as peças vão, exatamente qual vai ser o acervo”, explicou.

Em 2022 foi apresentado um requerimento proposto pelo deputado Renato Roseno (Psol) para que o mausoléu tivesse outro uso, baseado na lei que proíbe a atribuição a prédios, rodovias, repartições e demais bens públicos de “nomes de pessoas que constem no relatório final da Comissão Nacional da Verdade com responsáveis por violações”.

A requisição foi rejeitada na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece). Os restos mortais de Castelo Branco não estão mais no mausoléu há meses.

 

 

 

 

 

 

 

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