A deputada estadual Lia Gomes (de saída do PDT) entende como "natural" que o PSB lance candidatura à Prefeitura de Fortaleza. Para ela, é “ruim para a democracia que a gente tenha essa concentração de poder num partido”. A declaração foi dada nesta quinta-feira, 8, em entrevista coletiva na Assembleia Legislativa.
"Eu defendo que areja mais, que diversifica mais, que os outros partidos possam participar. Dentro desse entendimento, vejo como uma coisa natural que o PSB, um grande partido, agora, reforçado com o Cid também, possa ter uma candidatura própria à Prefeitura de Fortaleza", afirmou.
O entendimento da parlamentar acompanha o do seu irmão Ivo Gomes, prefeito de Sobral. Em entrevista ao podcast "As Cunhãs", ele defendeu que a sigla socialista apresente nome à sucessão de José Sarto (PDT) na Capital cearense.
“Eu acho que o PSB tinha que lançar candidato próprio a prefeito de Fortaleza, mesmo se o PT quiser lançar”. Ainda na participação, Ivo citou o nome da ex-governadora do Ceará Izolda Cela (PSB) como um “curinga”, podendo concorrer tanto em Sobral quanto em Fortaleza, a depender dos arranjos.
O senador Cid Gomes (PSB) é outro irmão de Lia e Ivo que entende “não ser bom para política” essa concentração de poderes. Durante ato de filiação no último domingo, 4, o senador declarou: "Não é bom para política, não é especificamente o PT, não é bom para a política do Ceará, que nos últimos anos tem sido uma política que várias forças se somam, ter uma força só, um partido só com as três principais posições”.
Atualmente, o PT tem cinco nomes disponíveis para disputar à Prefeitura da Capital cearense. Além disso, o partido comanda a Presidência da República, com Luiz Inácio Lula da Silva, e o Governo do Ceará, com Elmano de Freitas.
Na expectativa de uma migração ao PSB, assim como fez Cid e 40 prefeitos que saíram do PDT, Lia aguarda decisão judicial para mudar de partido junto com 14 deputados, entre titulares e suplentes, que ingressaram com pedido para saída do PDT. Em caso de negativa, o grupo deve aguardar janela partidária, prevista para 2026, quando é possível mudar de agremiação sem perder o mandato.
Quanto à aliança do PSB com o PT, Lia indicou que, com a entrada massiva de chefes de Executivo municipal, a situação é acompanhada na individualidade de cada gestão.
"Isso já vem sendo discutido município a município desde que começou-se a ventilar a entrada desses prefeitos. Cada município está sendo discutido de maneira individual. Dentro desse espírito de buscar manter a aliança, priorizando quem está mais forte naquele município, quem tem mais chances de ser eleito. Mas, vamos disputar, em muitos municípios, com o PT também e com outros partidos aliados".
Por sua vez, Lia chegou a ser ventilada como alternativa à disputa pela Prefeitura de Caucaia, segundo maior colégio eleitoral do Ceará. Questionada sobre o assunto, a parlamentar declarou estar "muito bem" na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) e disse esperar orientação do prefeito Vitor Valim (PSB), que não se candidatará à reeleição no município.
"A candidatura nunca pode ser um projeto pessoal. Ela tem que ser dentro de um arco de alianças, principalmente, dentro do que pensa o prefeito Vitor Valim, que é a maior liderança de Caucaia. Hoje, [ele] é quem deve dar as diretrizes para a sucessão dele, já que ele não quer mais e já manifestou que não tem interesse em ir para a reeleição", explicou Lia.
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