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O que Evandro apontou da Prefeitura e o que Sarto rebateu ou deixou vago
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O que Evandro apontou da Prefeitura e o que Sarto rebateu ou deixou vago

O prefeito eleito informou a imprensa sobre dívidas milionárias e ações negativas da atual gestão
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Sarto e Evandro trocam acusações na reta final do ano (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA Sarto e Evandro trocam acusações na reta final do ano

A transição de gestão da Prefeitura de Fortaleza vive mais um momento de crise. Na reta final do ano, o prefeito eleito Evandro Leitão (PT) convocou uma coletiva de imprensa nessa sexta-feira, 27, para comunicar dívidas milionárias, falta de informações, e situações negativas.

O atual prefeito José Sarto (PDT) foi às redes sociais para rebater alguns dos pontos levantados pelo próximo gestor e deixou outros sem respostas. Confira.

Redução do Réveillon

Evandro afirmou que a primeira "surpresa" foi a redução da programação de fim de ano. No mês de setembro, antes das eleições, Sarto havia anunciado três dias de festas e já na reta final da gestão informou que seria apenas um, alegando que as parcerias não foram suficientes para custear todas as atrações antes anunciadas. “Ora não era tudo da iniciativa privada, não era tudo a iniciativa privada que pagava. Por que então reduzir?”, questionou Leitão. Sarto não entrou no assunto.

Convocação de servidores

Faltando uma semana para o fim do mandato, o prefeito do PDT convocou 546 servidores, sendo 506 guardas municipais e 38 enfermeiros para o Instituto José Frota (IJF). Evandro criticou, uma vez que foi feito na reta final e o hospital sofre com necessidades básicas e também levantou a tese de tentar "inviabilizar sua gestão".

"Não que não necessite e necessita, mas no mínimo, no mínimo, falta um planejamento financeiro. A gente também tem uma uma variável política de tentar de alguma forma inviabilizar a gestão que está assumindo", disse na coletiva. Sarto então respondeu que os profissionais cuidam da cidade e está respeitando a data limite dos editais e questionou Evandro: "Ele quer administrar sem servidores?".

Subsídio do transporte público

Outra "surpresa" citada por Evandro a partir de notícias da imprensa foi o aumento do subsídio da Prefeitura para o transporte coletivo. O valor era de R$ 158 milhões e sofreu um aumento para R$ 248 milhões.

O prefeito disse que a decisão veio para não aumentar as passagens de ônibus em Fortaleza. Sarto também declarou que o fez pois o governador Elmano de Freitas (PT) cortou os repasses para a Capital. "Será que o Leitão também vai cortar os repasses e reajustar as tarifas?", escreveu nas redes sociais.

Descontinuidade da Bolsa Atleta

De acordo com Evandro, o programa Bolsa Atleta, sofreu descontinuidade e tornou-se público com a manifestação aberta de esportistas que afirmaram não estar mais recebendo. Sarto não se manifestou.

Dívidas milionárias 

A Prefeitura de Fortaleza terá que pagar R$ 1 bilhão em operações de créditos e contratação de empréstimos financeiros. Ainda de acordo com Evandro, o valor completo até o final do seu mandato em 2028 é de mais de R$ 3 bilhões. O prefeito eleito também declarou que sua equipe de transição conseguiu detectar uma dívida de R$ 400 milhões por meio de informações ditas por fornecedores e não pela equipe de Sarto, podendo ser na verdade o dobro.

Por sua vez, o atual gestor elencou obras durante o seu mandato, como a construção de 17 escolas, 34 creches, 24 postos de saúde, dentre outras, justificando a contratação de empréstimos. "Será que Leitão está é com medo de encarar o desafio?", apontou.

Crise no IJF

Além da falta de materiais e profissionais e suspensão de cirurgias, Evandro Leitão afirmou que o IJF tem uma dívida de R$ 100 milhões, embora seja incerto pela falta de informações. "Eu posso dizer que são valores que ainda nós não conseguimos dimensionar com muita clareza o falta de dados mas num primeiro momento a dívida do IJF está algo em torno de 100 milhões de reais somente do IJF", declarou.

Sarto então explicou que o hospital custa mensalmente R$ 50 milhões para os cofres públicos de Fortaleza, sendo que o Governo do Estado repassa R$ 6 milhões, mesmo com metade dos pacientes vindos do interior. "É claro que essa conta não fecha. 50% dos pacientes são de fora de Fortaleza, mas o governador só paga por 10%. Por que o Leitão não cobra do governador do PT uma partilha justa desse orçamento?", escreveu o prefeito.

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