A tese defendida pelo deputado federal André Fernandes (PL) e pelo deputado estadual Carmelo Neto (PL) de que o PL deverá ser protagonista da oposição e ter candidaturas como cabeças de chapa nas eleições de 2026 é também compartilhada pelos vereadores.
Priscila Costa (PL), líder da oposição na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), disse que o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro é a liderança natural do movimento contrário às forças que hoje compõem os governos no Ceará. Ela aponta como um movimento natural, embora reconheça que a oposição esteja unida no Estado.
"A oposição está unida. É um movimento natural. Fortaleza nos legitimou nas urnas com um resultado incrível da nossa campanha, sendo simbolizada pelo protagonismo do André Fernandes que é, sim, hoje o líder da oposição na cidade de Fortaleza", afirmou.
E prosseguiu: "Isso não desonra nem diminui nenhum dos outros líderes de outros partidos, outras alianças, de forma alguma. Mas é apenas a forma como estamos nos organizando e é uma forma legítima visto o crescimento do nosso partido".
Citada por André Fernandes como possível postulante a um cargo majoritário em 2026, Priscila se disse feliz e à disposição para concorrer, seja ao Governo ou ao Senado Federal. "Acho que é fruto do momento do cenário", destacou.
Na mesma linha, o vereador Marcelo Mendes declarou que, em uma democracia, os partidos só se fortalecem quando tem chapa própria e que, em uma eleição de dois turnos, há a possibilidade de diversas candidaturas.
"Portanto, eu sempre defendi. Primeiro turno, que todo mundo apresente candidatura, acho saudável para a democracia. Acho saudável que o senador Eduardo Girão tenha oferecido o nome dele ao Governo do Estado para a sociedade cearense", afirmou.
"E acho que o presidente do PL acerta quando diz que preferencialmente o partido deverá ter candidaturas próprias. Eu sempre defendi isso", disse.
Questionado sobre a fala de André Fernandes que o mencionou como um dos nomes do PL para concorrer ao Governo ou ao Senado, Marcelo destacou que deve o seu mandato ao partido, portanto está apto à missão que a sigla o apresente, mesmo a de continuar como vereador preparando a campanha para prefeito em 2028.
Em fevereiro, Fernandes apontou, à coluna Vertical, assinada pelo jornalista Carlos Mazza, que o partido trabalha para eleger seis deputados federais e cinco deputados estaduais. "Temos bons quadros para disputar os cargos majoritários, como por exemplo a vereadora mais votada da história de Fortaleza, Priscila Costa", diz o deputado, que cita ainda os vereadores Marcelo Mendes e Julierme Sena, "entre tantos outros", como nomes competitivos para a disputa majoritária.
A disposição do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) freia os planos de outros nomes da oposição de sair junto ano que vem. Capitão Wagner (União Brasil) e Roberto Cláudio (PDT) têm feitos acenos para que haja uma convergência da oposição. Na Assembleia Legislativa (Alece), deputados estaduais oposicionistas já vem atuando de forma conjunta, embora sejam minoria na Casa. O bloco já tinha se juntado no segundo turno da disputa pela Prefeitura de Fortaleza, em 2024, quando Fernandes disputou contra Evandro Leitão (PT).