O secretário de Segurança de Caucaia, Coronel Aginaldo (PL), está com a esposa, a deputada federal Carla Zambelli, no exterior. A informação foi confirmada ao O POVO pela assessoria da deputada. Zambelli é considerada foragida pela Justiça, porque deixou o país após ser condenada a 10 anos de prisão em caso sobre violação do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O nome da parlamentar já consta, inclusive, na lista de difusão vermelha da Interpol. Ela teve passaportes, bens e vencimentos bloqueados após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou ainda a prisão da deputada.
A parlamentar está licenciada desde o último dia 20 de maio sob justificativa de necessidade de realizar tratamento de saúde. Já Aginaldo, que é secretário na gestão do prefeito de Caucaia, Naumi Amorim (PSD), entrou com pedido de licença para "acompanhar parente em tratamento de saúde" no dia 21.
Ainda não há informações confirmadas sobre o local onde Aginaldo e Zambelli estão. A deputada havia deixado o Brasil, com destino previsto para os Estados Unidos, mas não devia permanecer por lá. Ela afirmou que iria para a Itália, onde alega ter imunidade por ter cidadania.
Nesta semana, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Decisão ocorre após a deputada ter sido condenada, na primeira turma do STF, a cumprir dez anos de prisão por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No início desta semana, Zambelli anunciou que deixou o Brasil.
A decisão atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Além da prisão, o ministro determinou o imediato bloqueio de passaportes emitidos em nome da parlamentar, além do bloqueio de bens, ativos e contas bancárias. Também estão encerrados quaisquer vencimentos e outras verbas, inclusive destinadas ao gabinete da deputada, pagos pela Câmara dos Deputados. Zambelli também terá o nome incluído, pela Polícia Federal, na lista da Interpol (Polícia Internacional).
Na decisão, Moraes aponta como "inequívoca a natureza da alegada viagem à Europa (da deputada), com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, em razão da proximidade do julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão condenatório proferido nestes autos e a iminente decretação da perda do mandato".
O julgamento supracitado refere-se a condenação de Zambelli, no STF, em caso que envolve um hacker contratado por ela para invadir o sistema de Justiça.
Moraes ainda determinou que as empresas GETTR, META, Linkedin, TikTok, X, Telegram e YouTube, que bloqueiem canais e perfis da parlamentar, num prazo de duas horas, sob pena de multa diária de R$ 100 mil e com o fornecimento de seus dados cadastrais ao STF e a integral preservação de seu conteúdo.
Outra medida é a imposição de multa diária de R$ 50 mil em relação a deputada por postagem nas redes sociais suas ou de terceiros que reiterem conduta criminosa.