Três dos quatro deputados estaduais do PDT afirmaram que a sigla deu liberdade interna para serem oposição ao Governo do Estado. Independente de suas posições, a legenda caminha para integrar a base do governador Elmano de Freitas (PT).
Os deputados Cláudio Pinho, Antônio Henrique e Queiroz Filho negam a movimentação para deixar a legenda. Pinho, por exemplo, afirmou que “não tem motivo ainda” para deixar o partido.
Ele defende que a sigla apresente uma candidatura própria para o governo e acredita que a base governista tenha aberto diálogos com André Figueiredo em uma tentativa de isolar o ex-ministro e ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) de tentar o pleito para o Governo do Estado.
“Continuo lutando dentro do partido para mostrar que o partido tem capacidade de apresentar candidatura. Acredito que o governo chamou o deputado André Figueiredo para uma conversa, dada a movimentação da oposição, dado o lançamento do nome do Ciro Gomes. E eles encontraram uma forma de tentar isolar o Ciro”, afirmou o deputado sobre as movimentações para 2026.
Ainda assim, mesmo com Ciro afirmando que deve apoiar o ex-prefeito Roberto Cláudio em 2026, Cláudio Pinho acredita na candidatura do pedetista ao Governo do Ceará.
“Mas acredito que, na hora que o Ciro resolver ser candidato, a história dentro do PDT muda e nós iremos marchar com a candidatura do Ciro Gomes ao Governo do Estado”, acrescenta Cláudio Pinho.
Nesse contexto, no início de maio, Ciro deixou em aberto se seria candidato ou não durante reunião com deputados estaduais da oposição.
"Alguns nomes, muito generosos, lembram o meu nome, mas não pretendo mais ser candidato a nada. Mas à luz dessa situação do Ceará, eu não posso me eximir de cumprir meu papel. Meu partido tem um candidato que é qualificado, que é o Roberto Claudio", disse o ex-ministro na época.
Antônio Henrique afirmou que o PDT deixou em aberto para os pedetistas que fazem oposição permanecerem na legenda. “Até porque se for para a gente ir para base de forma obrigatória, eu iria pedir a minha carta de anuência para sair”, afirma.
“Porque não faz sentido a gente compor base do governo, tendo em vista que a gente tem acompanhado desde o primeiro dia do governo e se posicionado na oposição e a gente não acredita no governo que aí está", alegou.
Já Queiroz Filho acredita que ainda há muito para acontecer na avaliação da legenda, mencionando o prazo legal da janela partidária, período de 30 dias em que os políticos podem trocar de partido sem prejuízo do mandato.
“Essas avaliações da questão do partido, acho que tem muita coisa para acontecer. A gente tem um prazo legal dentro da janela partidária e tem muita coisa para acontecer. Vamos ver se nesta época aí, por exemplo, o PDT vai continuar aliado a nível federal e estadual”, afirma o deputado pedetista.
Enquanto três deputados dizem ter liberdade para manter posição de oposição, o deputado estadual Lucinildo Frota (PDT) já afirmou que deverá sair do partido e se filiar ao Partido Liberal (PL). Durante evento com o ex-presidente Jair Bolsonaro, o parlamentar afirmou que o PDT teria se tornado “um puxadinho do PT” no Ceará.