O presidente do União Brasil no Ceará, ex-deputado federal Capitão Wagner, negou qualquer aproximação com o PT ou com grupos ligados ao ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e ao governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT). De acordo com o dirigente, o União Brasil tem aval da direção nacional para permanecer atuando na oposição no Estado e não irá compor palanque com petistas em 2026.
"Tenho mantido contato frequente com o presidente nacional do União Brasil, Antônio de Rueda — inclusive nos falamos na data nesta terça-feira —, que reafirmou de forma clara e inequívoca: O União Brasil segue na posição de oposição tanto no âmbito federal quanto no estadual. Esse é também o entendimento da Federação União Progressista, da qual o partido faz parte", declarou em nota.
A fala ocorre após declarações recentes de Elmano e movimentações de Camilo, sinalizando a possibilidade de diálogo com a legenda, que tem grupos com pensamentos divergentes no Ceará.
"O União Brasil não estará no mesmo palanque de políticos que comprovadamente tem envolvimento com facções. Esses políticos, já identificados pela polícia e pela justiça, se declaram apoiadores do Governo do Estado que aceita o apoio sem qualquer constrangimento", complementou Wagner, sem citar nomes.
O dirigente estadual do União Brasil destacou que o partido está alinhado com a "defesa de uma gestão pública eficiente, transparente e que combata com seriedade os problemas que mais afligem os cearenses, como a insegurança, o caos na saúde e o avanço das facções criminosas" e defendeu que a sigla se manterá na fiscalização dos governos que, segundo argumenta, "prefere discursos à ação".
O ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, parte do grupo de oposição, anunciou há algumas semanas que deixaria as fileiras do PDT para se filiar ao União Brasil. A filiação está prevista para o mês de julho. RC é um dos cotados para ser o candidato da oposição ao governo do Ceará, em 2026, fazendo frente a Elmano.
Nesta semana, Elmano mencionou ter dialogado com o União Brasil e citou uma divisão interna da sigla. “Nós já tivemos conversas com o União Brasil. Nós sabemos que no União Brasil tem uma divisão, tem parlamentares e lideranças que são da oposição, tem parlamentares que são da base do governo do presidente Lula, tem parlamentares da base do nosso governo. E nós vamos, evidentemente, dialogar permanentemente com todos os partidos que queiram colaborar”, disse na última segunda-feira.
No começo do mês, Wagner afirmou que Camilo teria procurado a cúpula nacional do União Brasil para ampliar alianças no Estado em troca de uma vaga no Senado. O deputado estadual Sargento Reginauro (União Brasil) considerou que as tentativas da base governista do Ceará de atrair o União Brasil demonstram preocupação com as eleições de 2026.
Na avaliação do deputado, essa articulação mostra que “o governo está partindo para o desespero".Ele confirmou que a base do Governo do Ceará ofereceu uma vaga para o deputado Moses Rodrigues se candidatar ao Senado Federal em troca de apoio do União Brasil nas eleições de 2026. No Ceará, o União Brasil, assim como outros partidos, está dividido. Ala do prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, e do deputado Moses Rodrigues tem aproximação com a gestão petista. (Com Mariana Lopes e Rogeslane Nunes/Especial para O POVO)