A possibilidade de migração do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) para o PSDB tem esquentado os bastidores políticos no Brasil. Enquanto os tucanos manifestam entusiasmo com uma eventual filiação, os pedetistas adotam tom cauteloso sobre os rumos que a questão tomará. Apesar disso, o ex-ministro Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, afirmou que Ciro não sairá e atribuiu essa certeza a uma relação de “irmandade” entre eles.
"Ciro não sai. Tenho uma relação pessoal, de irmandade, com ele. Jamais ele faria isso comigo", afirmou Lupi à coluna Painel, da Folha de S.Paulo.
Questionado sobre o tema, o presidente do PDT Ceará, deputado federal André Figueiredo, disse que não chegou a conversar com Ciro. Sobre a fala de Lupi, André reforçou a boa relação entre os ex-ministros. “É um sentimento do Lupi. Eles são muito amigos”, declarou ao O POVO.
Do outro lado, os tucanos já falam em tom de boas-vindas a Ciro. O otimismo se agarra ao atual contexto político e noutra relação de Ciro Gomes com uma figura histórica do PSDB: o ex-governador e ex-senador cearense Tasso Jereissati.
O presidente do PSDB Ceará e prefeito de Massapê, Ozires Pontes, acredita na filiação de Ciro aos quadros tucanos, após a saída em 1997. Ele destaca a relação com Tasso como um ponto central nas definições.
"Ciro não tem como ficar mais no PDT. O Ciro fundou o PSDB com o Tasso. Já foi do PSDB e todo mundo sabe da grande admiração que um nutre pelo outro. E essa admiração foi uma amizade fortíssima durante anos", lembrou.
Ozires projetou que a filiação geraria uma possibilidade de candidatura majoritária competitiva dos tucanos ao Palácio da Abolição, em 2026. "Isso está sendo conduzido pelo Tasso e pelo presidente nacional. O Ciro vem para ser candidato ao governo", finaliza.
Atualmente filiado ao PDT, Ciro é um dos principais críticos de gestões do PT no Ceará. Na contramão da postura do ex-ministro, o PDT tem retomado relações tanto com a gestão do PT em Fortaleza, quanto com o Palácio da Abolição, após racha estadual na esteira das eleições de 2022, quando petistas e trabalhistas tomaram rumos distintos na disputa.