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Grupos disputam espaço no PT Ceará, mas defendem unidade após eleições
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Grupos disputam espaço no PT Ceará, mas defendem unidade após eleições

No próximo domingo, 6, o PT define quem comandará a sigla
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Deputado GUILHERME Sampaio preside o PT em Fortaleza (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Deputado GUILHERME Sampaio preside o PT em Fortaleza

No próximo domingo, 6, o Partido dos Trabalhadores (PT) define, por meio do Processo de Eleição Direta (PED) quem comandará a sigla nos âmbitos municipal, estadual e nacional. No Ceará, o discurso de grupos petistas é de valorização da democracia interna e de unidade pós-eleição.

Embora haja mais de uma candidatura na disputa, nos diretórios de Fortaleza e do Estado, o presidente do PT na Capital, deputado estadual Guilherme Sampaio, acredita que a sigla irá manter unidade após o PED.

"Nós estamos todos unidos em torno do projeto maior que nos une, que é uma sociedade justa. Aqui no Ceará, nós construímos muita unidade nesse processo eleitoral. A nossa ideia, inclusive, era tentar fazer uma unidade plena. Não foi possível, mas dois grandes campos, o Campo Popular e o Campo Democrático, conseguiram fazer uma chapa de unidade", lembrou ao O POVO.

O consenso entre os campos foi construído ao longo de semanas, com o Campo Democrático, liderado pelo deputado federal José Guimarães (PT), recolocando o nome do atual presidente estadual para disputar um novo mandato, Antônio Filho, o Conin, que tem apoio do Campo Popular.

Este último, criado recentemente com figuras próximas ao governador Elmano de Freitas (PT) e ao ministro Camilo Santana (PT), lançou o nome do ex-deputado estadual Antônio Carlos para suceder Guilherme Sampaio no diretório de Fortaleza. Na Capital, Antônio Carlos recebeu o apoio do Campo Democrático.

"Apoiam um só candidato em Fortaleza, um só candidato no Ceará, o que eu entendo que revela a responsabilidade que temos com o projeto político que está em curso aqui em Fortaleza, no Ceará e no País. E o PT que sai dessas urnas é um PT muito consciente da responsabilidade política que tem de derrotar o fascismo em 2026, reeleger o governador Elmano e ajudar o prefeito Evandro", continuou Sampaio, que integra o Campo Popular.

Apesar do alinhamento entre dois dos principais campos petistas no Estado, o consenso não conseguiu abranger outra importante ala, o Campo de Esquerda. Tendo como uma das líderes a deputada federal e ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins, o campo lançou candidaturas de duas vereadoras da Capital. Professora Adriana Almeida disputa a presidência estadual, enquanto Mari Lacerda concorre em Fortaleza.

Independentemente da disputa, Guilherme Sampaio garante que o partido seguirá unido após a realização do PED, consciente que precisa atualizar o próprio programa.

"Será um PT unido, será um PT consciente de que precisa atualizar o seu programa, de que precisa discutir com a nossa população, com os novos segmentos, com a forma de pensar da nossa juventude, com a nova classe trabalhadora e apresentar propostas concretas no ano de 2026", argumentou.

Candidata à presidência estadual do PT, Professora Adriana destaca a democracia dentro do PT e afirma que as disputas internas não refletirão em desalinho pensando em 2026.

"O partido prova, mais uma vez, o quanto é democrático. Ganhando ou perdendo, o Campo de Esquerda segue trabalhando para tornar o partido cada vez mais alinhado às bases, voltado ao projeto de esquerda que está na raiz de criação da sigla. Após o PED, estaremos todas e todos unidos e empenhados na reeleição de Lula e Elmano, bem como na eleição de mais deputados estaduais e federais".

Candidata a presidir a sigla em Fortaleza, Mari Lacerda afirmou que o Campo de Esquerda defende um PT mais à esquerda: "Comprometido com as lutas populares e com a transformação estrutural do País". No entanto, ponderou ao O POVO, que a disputa não precisa, necessariamente, gerar animosidades.

"Os debates internos e a disputa de rumos fazem parte da cultura política do PT e expressam diferentes compreensões sobre o papel que o partido deve cumprir neste novo período", afirmou.

"Seguiremos atuando firmemente nas pautas que exigem debate público e mobilização social, como a redução da jornada de trabalho, com o fim da Escala 6x1, a reformulação do Imposto de Renda, com isenção para quem ganha até 5 mil reais, e a taxação das grandes fortunas", acrescentou.

Mari demonstrou, no entanto, preocupação com o que chamou de "processo de filiação em massa" que afirma estar ocorrendo no PT local, algo já criticado pela deputada Luizianne Lins. "Essa mudança pode, inclusive, resultar na ausência de setores históricos do partido no diretório", pontuou.

Questionado sobre o assunto, Guilherme Sampaio disse desconhecer a questão. "Eu desconheço, sou presidente PT Fortaleza, não foi feita nenhuma denúncia formal nesse sentido", explicou.

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