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Marido de Zambelli, Coronel Aginaldo tenta visto de permanência na Itália
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Marido de Zambelli, Coronel Aginaldo tenta visto de permanência na Itália

Em Israel
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Coronel Aginaldo, esposo de Carla Zambelli, ao lado da parlamentar que foi presa neste ano. Na ocasião, o casal chegava para participar do debate de Caucaia promovido pelo O POVO em 2024 (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Coronel Aginaldo, esposo de Carla Zambelli, ao lado da parlamentar que foi presa neste ano. Na ocasião, o casal chegava para participar do debate de Caucaia promovido pelo O POVO em 2024

O marido da deputada federal Carla Zambelli (PL), Antônio Aginaldo de Oliveira, conhecido como Coronel Aginaldo (PL), ex-secretário da Segurança de Caucaia, continua com as contas bancárias e sua aposentadoria bloqueadas. Ele está em Israel e busca reverter a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o incluiu no Inquérito das Fake News.

Ao O POVO, Aginaldo informou que está em Israel até conseguir um visto de permanência na Itália, onde pretende acompanhar o processo de Zambelli, que está presa. O ex-secretário já passou 60 dias no país europeu. Ele informou que seu advogado solicitou ao STF o desbloqueio das contas e está aguardando a decisão do ministro.

Aginaldo decidiu ir para outro país para não ultrapassar período de 90 dias em que estrangeiros, de países que não integram a União Europeia, podem ficar no Espaço Shengen, uma zona de livre circulação sem a necessidade de visto que abrange a maioria dos países da UE, além de alguns países de fora do bloco.

"Eu tive que sair da Itália porque se eu ficasse 90 dias direto lá, tenho que ficar 90 dias fora para poder voltar, por isso saí antes de completar os 90 dias. Fiquei 60, tenho mais 30 pra voltar lá", detalhou ao O POVO.

Devido a isso, Aginaldo tomou a decisão de ir para um país que "não conta dias no Espaço Schengen", afirmou. O ex-secretário decidiu viajar para Israel, onde está no momento. Ele optou pelo país por ter amigos no território. "Ou eu ia para Albânia, que é bem perto da Itália e fora do Espaço Schengen, onde não conheço ninguém, ou para Israel, onde tenho muitos amigos e fica a poucas horas de voo da Itália", explicou.

Enquanto Aginaldo resolve a questão do visto, ele informou que o pai de Zambelli a acompanha na Itália. "Nesse meio tempo estou tentando um visto de permanência na Itália, para permanecer lá enquanto durar o processo da Carla".

Contas bloqueadas

O ex-secretário de Caucaia segue com as contas bancárias e a aposentadoria de policial militar bloqueadas por decisão de Moraes. Ouvido pelo O POVO, à época da decisão, o ex-secretário disse ser "arbitrária" e sem fundamento. O processo corre em segredo de Justiça.

Procurado pelo O POVO, Aginaldo disse, ainda, na época, que seu advogado estava tratando do caso. "Isso não tem fundamento nenhum, basta investigar ou procurar em qualquer rede social minha ou de qualquer outra pessoa, ou meios de comunicação, alguma publicação que se relacione a fake news".

Ele continuou: "Minhas contas foram bloqueadas, sim, numa decisão arbitrária, mas não me causa nenhuma preocupação por eu ter certeza que isso não tem nenhum fundamento, é um desgaste. Eu sequer fui intimado pela Justiça sobre essa informação de que meu nome está nesse inquérito, a única certeza que tenho é que minhas contas estão bloqueadas. É só o que tenho a falar sobre esse assunto", disse na ocasião.

A decisão judicial ocorreu em meio à prisão de sua esposa, Carla Zambelli, que continua detida na Itália e aguarda uma decisão sobre eventual extradição para o Brasil. A deputada passa por nova audiência na Itália nesta quarta-feira, 13, na qual deve ser ouvida por um perito médico designado pela Justiça italiana.

Zambelli foi condenada pelo STF a dez anos de prisão por invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A parlamentar estava há quase dois meses foragida da Justiça.

O ministro Alexandre de Moraes pediu a sua extradição da Itália e determinou a prisão preventiva, além de bloqueio de bens e o pedido de inclusão de Zambelli nome na lista da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). A deputada também responde a um processo criminal no STF pelo episódio em que sacou uma arma de fogo e perseguiu um homem às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.

 

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