O ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Camilo Santana (PT), afirmou que os recentes ataques de Ciro Gomes (PDT) são fruto de "dor de cotovelo" e ressaltou que "a história irá julgá-lo", em referência às alianças do ex-presidenciável com políticos bolsonaristas no Estado.
Em entrevista ao correspondente do O POVO em Brasília, João Paulo Biage, Camilo reafirmou que o candidato da base ao governo do Ceará, em 2026, será o governador Elmano de Freitas (PT).
Camilo havia dito que Ciro terá de responder na Justiça por ataques contra ele e contra a prefeita de Crateús, Janaína Farias (PT), sua ex-assessora e ex-senadora. Agora, elevou o tom e acusou o ex-governador de mentir de forma irresponsável.
“Eu tenho dito que é dor de cotovelo pelas derrotas que ele vem sofrendo. A política não se faz assim, se faz com ética e respeito. As urnas já deram a resposta em 2022 e em 2024. Não adianta usar o gogó, mentindo de forma irresponsável para tentar mexer com a honra de qualquer pessoa”, disparou.
Questionado sobre as eleições do próximo ano no Ceará, Camilo reforçou o apoio à reeleição de Elmano e negou que poderá sair candidato ao governo. "Elmano é o candidato à reeleição e, repito, adversário não se escolhe", declarou, elogiando os feitos do colega de partido.
O ministro também destacou que o respeito à população é marca das gestões petistas no Estado. "Política se faz em cima de ideias, não de ataques pessoais. É nisso que acreditamos e vamos seguir conduzindo de forma democrática e respeitosa".
Sem citar diretamente Ciro, Camilo criticou alianças do pedetista com grupos bolsonaristas. "A história irá avaliar o comportamento de cada um. Quem se alia hoje com aqueles que negaram a vacina, que foram contra a democracia e tentaram dar um golpe no país será julgado. Cada um será cobrado por suas escolhas", afirmou.
Camilo também foi questionado sobre uma suposta competição, criada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para que ele tivesse desempenho superior ao de Fernando Haddad (PT) à frente do Ministério da Educação. Ele negou qualquer rivalidade.
"Eu não estou nessa coisa de competição, apesar do Haddad ter tido mais de sete anos como ministro, tenho 2 anos e meio como ministro da Educação e em uma realidade muito diferente. Naquela época, havia facilidade de investimento na área, hoje nós temos muita restrição orçamentária, mas eu tenho procurado dar tudo de mim, o que há de melhor para ajudar o meu País", explicou.
O ministro lamentou o estado em que encontrou a pasta da Educação após o governo Jair Bolsonaro (PL).
"Pegamos um ministério muito desmontado. Uma coisa é você pegar um ministério que ia andando bem, com recursos, com orçamento, com informação, com pessoal. Eu peguei (o MEC) totalmente desmontado nesse país, sem informação, orçamento, sem pessoal, sem integração com os entes federados", lamentou.
Ele critica a gestão anterior da Educação, acusando de nunca tê-lo recebido quando era governador do Ceará. (Com informações do correspondente do O POVO em Brasília João Paulo Biage)