A oposição no Ceará se articula e faz diversos movimentos visando união do bloco que antes reunia lideranças aparentemente inconciliáveis. O propósito é derrotar o PT e a base estadual.
Colocado como fiel da balança por Tasso Jereissati (PSDB), o PL está disposto a apoiar Ciro Gomes (PDT) ao Governo do Estado, mas isso dependerá da "boca" do ex-ministro. Explico.
Um membro da sigla em conversa com a coluna afirmou que o partido, que a partir de 20 de setembro será presidido por André Fernandes, tem vontade sim de apoiar o hoje pedetista, inclusive com sinalizações bem claras, ditas até pelo deputado federal em outro momento.
Porém, esse apoio está condicionado a uma postura que Ciro terá. Críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, são definitivos para que o PL fique ao lado do ex-presidenciável ou não. O grupo é irredutível nisso.
"O que tá valendo é a boca dele, porque a nossa vontade de apoiar ele já tem", afirmou a fonte.
Essa sinalização de reforçar o nome de Ciro para governador do Ceará foi discutida por mandatários do partido, inclusive na presença de Bolsonaro em sua última vinda a Fortaleza.
André chegou a declarar que o partido estaria disposto a tirar candidatura para apoiar Ciro Gomes, mas defendeu chapa própria em resposta a vídeo publicado onde o ex-ministro onde chama a família Bolsonaro de "burra". Essa palavra já foi o suficiente para que o PL se posicionasse de forma mais dura.
De acordo com o membro do PL ouvido, o ex-ministro estava com tudo certo para ter esse apoio, mas "jogou fora" após essa fala. Essa articulação, então, voltou à estaca zero.
Algo pensado pelo partido é como será a reação de Ciro sobre o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode condenar Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Os bolsonaristas cearenses esperam que o pedetista não seja duro em críticas ao ex-presidente e mantenha a harmonia da oposição e caminhem juntos em 2026.