O governador Elmano de Freitas (PT) afirmou que a empresa Aerotrópolis Empreendimentos "extrapolou a licença" obtida para atuar na chamada "Floresta do Aeroporto", área desmatada na proximidade do Aeroporto de Fortaleza, e que a decisão de suspender o licenciamento concedido anteriormente teve caráter técnico.
"A informação que a Semace me deu, após a ida de nossos agentes, foi de que a empresa extrapolou a licença. Então, a decisão tomada é uma decisão técnica, de que a licença foi suspensa para poder aprofundar com detalhes esse extrapolar da licença que foi autorizada à época em 2023", explicou em coletiva nesta segunda-feira, 29, no Palácio da Abolição, após cerimônia de aula inaugural do curso de formação da Perícia Forense (Pefoce).
Elmano afirmou que o governo tomará providências em relação ao caso, podendo haver sanções à empresa envolvida, mas não detalhou quais eventuais medidas estão em análise.
"Tomar as providências, na medida daquilo que foi feito pela empresa de maneira ilegal. Acho que é assim que tem que ser. Estamos em um Estado democrático de direito, nós precisamos garantir que a licença seja cumprida da forma que ela foi autorizada e, aquilo que extrapolou, tem que se fazer as sanções que a legalidade prevê", continuou.
O vereador de Fortaleza Gabriel Biologia (Psol) denunciou, na última segunda-feira, 22, ação que desmatou dezenas de hectares da área de Mata Atlântica localizada no entorno do Aeroporto de Fortaleza. A supressão da vegetação foi registrada em fotos de satélite da região, que deve receber obra de construção de um Centro Logístico.
Após identificarem diversas irregularidades em vistoria técnica, a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema) e a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) suspenderam a licença ambiental concedida à empresa Aerotrópolis Empreendimentos.
Entre as infrações constatadas estão a intervenção em Área de Preservação Permanente (APP), supressão de vegetação além dos limites autorizados e manejo inadequado da fauna. A obra deverá ser embargada em caráter imediato, com suspensão total das atividades da Aerotrópolis no trecho desmatado.
Conforme O POVO adiantou, a derrubada de 32 hectares da Floresta do Aeroporto ocorreu antes do término da avaliação de documentos solicitados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A documentação para autorização de desmatamento na região, onde será construído o centro logístico do Aeroporto Pinto Martins, ainda estava sendo avaliada pelo Ibama quando a remoção das árvores aconteceu.
Contaminações a humanos e morte de animais são os principais riscos. Além disso, o dano pode gerar possibilidade de temperaturas mais quente e inundações.