O governador do Ceará, Elmano de Freitas, o ministro da Educação, Camilo Santana, e o líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, José Guimarães, avaliaram da mesma forma a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevistas coletivas realizadas nesta segunda-feira, 24, em Brasília, os petistas afirmaram: "Decisão judicial se cumpre".
O trio de petistas comentou a prisão do ex-presidente ao participar da sessão solene na Câmara dos Deputados em homenagem aos 190 anos da Assembleia Legislativa do Ceará.
Camilo Santana acrescentou apenas que: "Esse é meu único depoimento em relação a isso". Já Elmano analisou sob ótica da própria formação em direito. "É uma decisão judicial. Como advogado, é comum que se um preso que está em prisão domiciliar assume que tentou quebrar a tornozeleira, o juiz tem que tomar uma providência", disse, considerando se tratar de "uma posição equilibrada".
Ainda na análise do governador, "ninguém quebra a tornozeleira para ficar no mesmo local. Em regra, quem quebra tornozeleira quebra porque quer ir para algum canto sem ser encontrado". Elmano também elogiou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de evitar "espetacularização" da prisão e ter "o máximo respeito" a Bolsonaro como ex-presidente da República.
"O ministro mostrou muito equilíbrio de dizer que é preciso fazê-lo respeitando o cidadão, respeitando a pessoa, sem espetacularização, sem imagens para poder fazer algum tipo de humilhação. Acho que foi equilibrado diante da situação concreta apresentada a ele e foi equilibrado de garantir respeito à dignidade da pessoa".
Na oportunidade, Guimarães reforçou o entendimento. "Todo o País sabe o que aconteceu nesses últimos anos. Teve um problema grave que foi o rompimento da norma estabelecida pelo Supremo e o Bolsonaro está cumprindo aquilo que o Supremo decidiu. Então, é tocar a vida. A democracia está acima de tudo isso, as instituições igualmente", disse o líder.
E complementou: "Portanto, nós vamos ter que preservar o que é fundamental. Sirva de exemplo: ninguém mexe com as instituições da República. O Estado de direito existe para isso. Tem as instituições, tem o parlamento, tem tudo. Então, a justiça caberá decidir o destino dele".
Nesta segunda-feira, 24, a primeira turma do STF formou maioria para manter a prisão preventiva de Bolsonaro, que foi preso no último sábado, 22, após pedido da Polícia Federal. O ex-presidente admitiu tentar violar a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda. Em audiência de custódia, Bolsonaro confessou o ato e alegou “paranoia” causada por medicamentos.
Com informações de Maria Luiza Santos/Especial para O POVO
O repórter e colulista Guilherme Gonsalves viajou a Brasília a convite da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece)