Ciro Gomes (PSDB) será candidato a governador do Ceará em 2026. O próprio ex-ministro comunicou a decisão de disputar a eleição nesta segunda-feira, 29, a Danilo Forte (União Brasil) em reunião no escritório do deputado federal em Fortaleza.
"É um talento exponencial da política cearense, cheio de ideias novas apesar do tempo ter passado. Já tivemos muitos embates juntos lá na Universidade Federal do Ceará (UFC) e agora tamo junto aqui construindo uma alternativa para o Estado do Ceará. Um 2026 de muitas realizações, e o Ceará precisa muito de você", afirmou Danilo ao tucano em vídeo publicado após o encontro.
Apesar de não confirmar a pré-candidatura a governador na postagem, Ciro declarou que o encontro com o deputado é para fazer o diagnóstico comum de que o Ceará não está bem e que é preciso dar o melhor de si para char o caminho da mudança.
"É claro que gente tem o que é mais importante de tudo que é a raça, a coragem e o talento e a inteligência do povo cearense. Com isso a gente pode resolver e desdobrar qualquer parada, mas nesse instante o povo cearense tá com medo. A violência impune, a desmoralização das autoridades pelas facções, as filas na saúde, uma corrupção sem precedentes na história do Ceará", disse.
"E a gente precisa dar cada um de nós o que puder para ajudar o nosso povo a achar o caminho de mudança", completou o ex-presidenciável.
À reportagem, Danilo Forte afirmou que o diálogo com o Ciro reúne alguém que vê com preocupação a situação do Ceará de medo e insegurança e a necessidade de traçar linhas e estratégias para a construção de uma alternância de poder, sendo o tucano o cabeça desse movimento.
"Tamo trabalhando para construir um plano de governo do Ceará e garantir uma alternância de poder. Vejo nele uma vontade muito grande de protagonizar esse movimento (...) Ninguém tem o perfil e as condições melhores do que ele", declarou.
O deputado federal disse que irá combinar andanças com o pré-candidato a governador por regiões do Ceará para ouvir a população e consolidar um campo de forças políticas.
Danilo explicou ainda que Ciro é o nome mais talhado para liderar esse projeto em busca de uma alternativa ao grupo que hoje comanda o Ceará, encabeçado pelo ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e, embora ele não vá se classificar como o com mais condições ao fazer auto elogios, tem consciência de seu maior alcance e envergadura política.
Ciro deixou o PDT após dez anos e voltou ao PSDB, sigla pela qual ele foi governador em 1990. Ele se aliou a antigos desafetos com o objetivo de formar uma frente de oposição contra o PT, incluindo André Fernandes (PL) e Capitão Wagner (União Brasil).
André, presidente estadual do PL, chegou a declarar apoio ao tucano, mas a aliança do partido foi suspensa após uma polêmica envolvendo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). A esposa de Jair Bolsonaro veio a Fortaleza para lançamento da pré-candidatura de Eduardo Girão (Novo) a governador e criticou a aliança do PL cearense com Ciro.
Fernandes disse ter tido o aval da direção nacional do partido para tocar as articulações no Ceará e foi defendido pelos filhos do ex-presidente, Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro. Após reunião em Brasília com a cúpula partidária, foi tornado público que a aliança com Ciro está suspensa. Porém, André comunicou a aliados que o PL vetou apoio ao tucano.