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Empreendedorismo feito à mão
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Empreendedorismo feito à mão

Para se manter no mercado, artesãos estão focando no espírito empreendedor
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Aparecida Freitas cria tapetes coloridos:
Foto: priscila smiths/especial para o povo Aparecida Freitas cria tapetes coloridos: "É magnífica a sensação de cuidar do próprio negócio"

Em tempos de crise econômica, o artesanato é uma das boas saídas para quem está fora do mercado de trabalho formal. Ao utilizar as habilidades na confecção de diversos produtos, artesãos e artesãs encontram na arte uma forma de driblar a alta taxa de desemprego e trazer sustento para as próprias famílias. Contudo, para manter a longevidade desse negócio, é necessário aprender a estimular o espírito empreendedor.

"Não adianta você produzir um produto que já existe, é preciso que ele atraia o consumidor. Ele pode ser um produto decorativo, produto de utilidade, mas precisa de um diferencial. Ele [artesão] tem que verificar o mercado, ver quem já produz peças semelhantes e qual o preço que vai ser comercializado", explica Rogério Morais, analista técnico de mercado do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

E foi com esse pensamento que a dona Aparecida Freitas, 62, colocou o negócio para frente. A carreira de empreendedora teve início há cerca de 20 anos como uma forma de "desopilar" da rotina de professora. Divorciada e chefe da casa, ela encontrou no artesanato uma maneira de unir sua paixão pela costura a um negócio que lhe garantiu a chance de adquirir uma renda extra. "É magnífica a sensação de cuidar do próprio negócio. Eu sempre fui bem pra frente, bem empreendedora e nunca fiquei para trás", diz a microempresária, que administra o negócio ao lado da filha Suzane.

Os tapetes, feitos de algodão, misturam cores e estampas. A ideia deu tão certo, segundo ela, que Aparecida passou a acumular clientes em outros estados do País e até mesmo no exterior.

Hoje em dia, 48% das microempresas são administradas por mulheres, como é o caso da Dona Aparecida. Para Cibele Girão, advogada e analista do Sebrae/CE, essas mulheres têm as principais características do "líder do futuro", porque possuem mais habilidade de negociação, de mediação de conflitos e um maior desenvolvimento da inteligência emocional.

Contudo, apesar disso, ao analisar a sobrevida desses empreendimentos, é possível ver que elas, apesar da jornada de trabalho 70% superior a dos homens, possuem 18% a menos de horas nos negócios em comparação a eles. "Essa mulher tem uma jornada tripla. Ela não se dedica somente aos negócios. Fica muito enraizado na nossa sociedade que o papel dela é o papel de gerenciar a casa, de gerenciar os filhos, e muitas vezes não existe uma divisão igualitária entre ela e seu parceiro", explica a advogada.

E assim a artesã Lúcia Rabelo, 56, entrou nessa área. Segundo ela, a vontade de trabalhar com fios de prata, que hoje é seu ganha-pão, teve início após um curso do Sebrae. Antes de começar a trabalhar com o artesanato, Lúcia e o marido, Francisco Antônio, ambos desempregados, vieram de Quixeramobim para Fortaleza em busca de mais oportunidades. Eles passaram dois anos vendendo sanduíches nas ruas da Capital cearense até Francisco Antônio decidir voltar para o Interior.

Após dois meses, Lúcia acompanhou o marido. Na época, eles começaram fazer negócio com pedra de sabão, como xícaras. "No começo foi um pouco mais complicado, até porque meu esposo não acreditava muito que aquilo pudesse dar certo, mas depois ele percebeu que as mulheres tinham a mesma capacidade dos homens", explica. O negócio se expandiu tanto que Lúcia passou a exportar os produtos para países como Holanda e Canadá. Apesar de a fábrica da família ficar situada no Interior, ela retorna a Fortaleza toda semana para atender aos clientes. "Todas as mulheres devem tentar porque nada é impossível, todas devem acreditar no seu potencial", ressalta.

Daqui para frente, a expectativa é que esses negócios comandados por mulheres se tornem mais sólidos e robustos. "Que a gente consiga ultrapassar a barreira da simples criação do negócio. Que as taxas de mortalidade [dessas empresas] sejam menores, que essa mulher consiga começar a empreender mais em áreas que o produto tenha um valor agregado maior, áreas mais tecnológicas, ou seja, que ela se empodere mesmo, que ela desenvolva esse trabalho com a confiança de que ela pode", finaliza Cibele.

 

Como vender artesanato pela internet

Quem já tem o talento para desenvolver um artesanato autoral e não tem um ponto de venda, pode começar a investir em vendas online. Confira as dicas:

1. Formas de pagamento

Escolha uma empresa que faz isso por você. No mercado online, são várias as formas de pagamento e envio. O processo é rápido e eficaz e não depende da localização geográfica ou do fuso horário do comprador;

2. Escolha de embalagens

A embalagem é o que vai fazer o produto chegar inteiro e intacto nas mãos do cliente. Alguns artesanatos exigem proteção bastante resistente. Opte por embalagens bonitas, eficientes e com resistência.

3. Contrate um seguro

A contratação de um seguro na hora do frete é uma forma de garantir que o produto chegue da mesma maneira em que foi enviado.

4. Invista em um site confiável

Tenha um site seguro para o consumidor. Que vai garantir que os dados dele sejam protegidos de vírus e hackers. As características de um bom site de e-commerce são bom design e informações atraentes para a compra ágil.

5. Aprenda a mostrar o produto

Faça do seu site uma vitrine de verdade. Dê todas as dicas possíveis sobre cada produto e de fotos em diferentes ângulos.

6. Concretize a venda de forma satisfatória

Além de segurança e funcionalidade, procure garantir a efetivação dos negócios digitais. Não adianta realizar a venda e não ter como concretizá-la ou fazê-la de maneira que não satisfaça o cliente.

7. Aprenda a se divulgar

Há inúmeras maneiras de chamar a atenção na rede. Faça todas as possíveis. Só é lembrado quem é visto.

Fonte: Sebrae

 

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