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O que todo microempreendedor deve saber
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O que todo microempreendedor deve saber

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Tipo Notícia

Fazer contas, calcular o lucro e o capital de giro nem sempre são tarefas simples. Ao empreender, todo mundo quer saber quanto vai ganhar, em quanto tempo o negócio se paga e, principalmente, vai sobrar dinheiro? Entender as métricas financeiras é essencial para manter a saúde do seu negócio.

Mas o que, exatamente, é saúde financeira? "A saúde financeira de uma empresa está relacionada com a liquidez da empresa, ou seja, com a capacidade de pagar os seus compromissos em dia", explica o economista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) Érico Veras Marques. (Amanda Araújo)

 

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Bate-pronto

O POVO - Quando pedir um empréstimo?

Alex Araújo - O empréstimo pode ser solicitado em qualquer fase da vida do negócio, mas o ideal é usar o crédito para apoiar momentos de expansão ou de sazonalidade que impliquem em queda das vendas. No caso do Crediamigo, todos os clientes recebem, além do crédito, orientação empresarial e conceitos de finanças pessoais que os ajudam a serem menos dependentes do empréstimo.

OP - Quais são os cuidados ao fazer um empréstimo?

Alex - O principal ponto de atenção é com o endividamento excessivo, ou seja, evitar que as obrigações com dívidas comprometam outros itens de consumo do empreendedor. Por isso, é muito importante saber como o orçamento do negócio se equilibra e conhecer com detalhes o fluxo mensal de despesas. Também é importante buscar compatibilizar o tipo de financiamento com o investimento que está sendo realizado, assim, necessidades de capital de giro podem ser financiadas com empréstimos de curto prazo, mas investimentos em equipamentos e reformas, que exigem mais tempo para maturar, devem ser feitos com financiamento de médio ou longo prazo. Por fim, deve-se fugir de dívidas muito caras, como o cheque especial ou cartão de crédito.

OP - De que forma um empréstimo impulsiona um negócio?

Alex - O capital financeiro é essencial para aquisição de estoques e realização de investimentos. Dessa forma, pode-se afirmar que facilita o acúmulo de capital e estimula a criação e expansão dos negócios, com impactos diretos na geração de trabalho e renda. Nossa experiência com o Crediamigo mostra que, além disso, o crédito ajuda no empoderamento e autonomia feminina, reduz o impacto de choques financeiros, melhora os investimentos familiares em saúde e educação e reduz a pobreza.

OP - Como se organizar para pagar um empréstimo?

Alex - O sucesso de uma vida financeira equilibrada começa com o gerenciamento eficiente das contas a pagar, por isso é muito importante possuir um orçamento que integre os gastos pessoais e as despesas da atividade produtiva, tais como pagamento a fornecedores, impostos e obrigações de funcionamento. Essas despesas devem ser compatíveis com o nível de renda da família, mantendo o orçamento equilibrado e, se possível, deixando alguma margem de recursos que possam ser poupados. O endividamento deve ser buscado apenas para financiar despesas que colaborem com o aumento da renda, como a compra de estoques antes de datas comemorativas ou para investimentos que reduzam despesas. Dessa forma, o fluxo adicional servirá para pagar os empréstimos, sem obrigar sacrifícios adicionais ao empreendedor.

 

DINHEIRO INVESTIDO

Um dos erros mais comuns é misturar custos pessoais com os da empresa. "Um outro erro é confundir faturamento com lucro", diz Érico Veras. O microempreendedor deve calcular de forma adequada a lucratividade, não se endividar de forma excessiva e estar preparado para momentos ruins. "As despesas e os custos são certezas no fim do mês, a receita é uma probabilidade." Também não existe uma fórmula definitiva para obter o retorno do investimento. Para pequenos negócios, o prazo máximo ideal poderia ser de até cinco anos.

E LUCRATIVIDADE?

Sim, é bem diferente do lucro, está relacionada à habilidade da sua empresa de gerar lucros. "Se tenho um lucro líquido de R$ 10 mil e uma receita total de R$ 100 mil, o índice de lucratividade é de 10%", exemplifica Érico.

ALERTA VERMELHO

Uma coisa que faz qualquer um suar frio é não ter dinheiro para pagar as contas. Sabe quando está muito ruim? "Quando não tenho recursos para pagar os custos fixos, por exemplo, o aluguel e a folha de pagamento", alerta o economista Érico Veras. Empréstimos e recursos de terceiros não são para pagar esses custos, mas para fazer melhorias nos negócios.

TERMOS

RENTABILIDADE

Medida que indica se o lucro tem um tamanho satisfatório com quanto o empreendedor gastou, dos próprios recursos pessoais, para montar a empresa.

CAPITAL DE GIRO

Quanto o empreendedor gastou, de recursos pessoais, para pagar fornecedores e prestadores de serviço durante o tempo em que os recebimentos das vendas ainda não entraram no caixa.

FLUXO DE CAIXA

Quanto a empresa tem a mais ou a menos, em dinheiro, recebendo o que tem de receber e pagando o que tem que pagar num período.

LIQUIDEZ

Medida da capacidade de pagamento das contas que vencem em um período curto de tempo.


Fonte: Ricardo José de Almeida, professor da FIA

 

LUCRO

Se você vender tudo do seu negócio à vista - incluindo ponto, mercadorias etc. -, pagando tudo o que foi necessário, também à vista, sobraria dinheiro? O professor de finanças no curso de Gestão de Pequenas e Médias Empresas da Fundação Instituto de Administração (FIA), Ricardo José de Almeida, aponta que essa é a forma de calcular o lucro. "Ou seja, do faturamento da empresa tenho que tirar impostos, custo da mercadoria vendida, despesas de venda e despesas operacionais e financeiras. Paga todas as despesas, o que sobra é o lucro líquido", ensina Érico Veras.

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