Uma das operações da Polícia em busca dos autores dos 65 ataques registrados nos últimos seis dias no Ceará aconteceu em uma comunidade no bairro Parque São José. Mandados foram cumpridos e uma pessoa presa. A ação foi direcionada a partir de informações de inteligência das forças de segurança. É dessa cúpula que se confirma o protagonismos de apenas uma organização criminosa. De lá também deveria partir a análise dos mais de cinco mil celulares apreendidos ao longo do ano no sistema penitenciário. Nenhuma informação extraída, entretanto, conseguiu prever as ações criminosas.
O titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, explica que várias situações foram evitadas e sequer chegaram a conhecimento público. "Mas chega uma hora que acontecem ações que não conseguimos mais evitar. Essas ações são tratadas como crime e, nesses casos, estamos fazendo as prisões e responsabilizando a todos", avalia.
Entre janeiro e agosto deste ano, 5.900 celulares foram apreendidos no sistema prisional. Poucos aparelhos teriam sobrado nas unidades. "Nenhum em poder de pessoas com condição de chefia desse grupo que vem agindo", pontua André Costa. Nesse período, que engloba os meses que sucederam o primeiro ciclo de ataques, o secretário explica que houve um processo de remodelagem na dinâmica das facções criminosas. A velocidade de comunicação mudou.
"Eles não possuem mais a comunicação de ordens passadas online, a todo momento, através de telefones celulares, dos presídios para as ruas. A comunicação pode ocorrer por meio de visitas e de advogados, mas não na mesma velocidade, na mesma intensidade do que se observava até o ano passado", afirma. Na última terça-feira, 24, o advogado Alaor Patrício Júnior foi preso em flagrante na Casa de Privação Provisória de Liberdade Agente Elias Alves da Silva (CPPL IV) portando bilhetes com mensagens de integrantes de facções criminosas.
As apreensões de celulares, garante o titular da SSPDS, estão em andamento. São objetos de investigação. André Costa afirma que as forças de segurança têm a capacidade de rapidamente obter informações, processá-las e tomar decisões. "Através desse trabalho, do que é obtido de celulares, de prisões, de busca e apreensões, conseguimos promover uma contra-onda de ataques, em desfavor de criminosos", complementa.
Com uma dezena de banco de dados e um sistema de Big Data integrado, o secretário descreve que é a partir disso que são construídas as relações entre pessoas e redes. Quem são, como interagem, dentro e fora dos presídios. "E assim conseguimos identificar as pessoas que devem ser focadas no momento da investigação. Isso tem facilitado bastante, pode ser percebido que o tempo hoje de resposta de prisão de pessoas tem sido muito mais acelerado do que aconteceu em janeiro ou em anos anteriores", considera.
Motorista tem 48% do corpo queimado
Uma caçamba foi incendiada na noite de ontem, em Maracanaú. Dentro, estava o motorista, que foi impedido por criminosos de sair do veículo. Ao todo, ele teve 48% do corpo queimado. A vítima foi encaminhada ao Instituto Doutor José Frota (IJF).