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Ceará acumula nove mortes por coronavírus
Reportagem

Ceará acumula nove mortes por coronavírus

Seis vítimas residiam na Capital. Os três municípios do Interior que registraram mortes por coronavírus não constavam na lista de confirmações da doença. Estado tem 445 diagnósticos positivos para a covid-19
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UPA do Cristo Redentor, em Fortaleza.  (Foto: AURELIO ALVES)
Foto: AURELIO ALVES UPA do Cristo Redentor, em Fortaleza.

Os três municípios do Interior do Ceará que registraram mortes em decorrência do coronavírus não constavam na lista de confirmações da doença. Mais duas mortes fora da Capital foram registradas ontem, 1º, no Eusébio e em Tianguá. Na terça-feira, 31, um óbito foi confirmado em Santa Quitéria. Outras seis mortes são de pessoas que residiam em Fortaleza. Ao todo, são nove mortes no Estado. Os 44 casos registrados nas últimas 24 horas elevam o número de confirmações da doença para 445, conforme boletim epidemiológico da da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa).

O primeiro óbito registrado ontem foi de uma moradora de Tianguá, na região da Ibiapaba. A idosa de 89 anos tinha doença cardiovascular. Ela não viajou para fora do Estado e, segundo o secretário da Saúde de Tianguá, Rejarley Vieira, provavelmente contraiu a doença no próprio Município. A segunda morte, no Eusébio, foi de um senhor de 77 anos que tinha doença neurológica. A taxa de letalidade no Estado continua subindo e saiu de 1,7% para 2% no último dia.

Dos casos confirmados no território cearense, 413 (92,8%) são em Fortaleza. Aquiraz tem 14 confirmações da doença, Sobral tem cinco e Quixadá, duas. Além dos municípios já citados outros oito municípios registraram um caso, cada: Beberibe, Caucaia, Fortim, Itaitinga, Juazeiro do Norte, Maracanaú, Maranguape e Mauriti.

Das 445 confirmações laboratoriais, apenas 250 (43,8%) foram notificados nos Sistemas de Informação Oficiais (Redcap ou Sivep-Gripe). Ricristhi Gonçalves, coordenadora de Vigilância Epidemiológica e Prevenção em Saúde da Sesa, explica que nem todos os pacientes que realizaram o exame foram notificados.

"No início da epidemia, a corrida foi tão grande aos laboratórios, que algumas pessoas não passaram pela notificação. Foram realizados exames que não foram notificados. Estava notificado dentro do laboratório mas não tá notificado dentro do sistema que o ministério criou. Muita gente chegava nas unidades e os profissionais não conseguiram dar vazão para a notificação oficial", afirma.

"A gente está tentando encurtar o tempo, não deixamos de testar. Esperar a pessoa ser notificada para ir ao laboratório estava demorando. Agora, só faz o exame com a notificação oficial. Mudou quando a transmissão passou a ser comunitária. Passamos de contenção para mitigação da epidemia. Então, estamos fazendo exame só nos casos graves", acrescenta Ricristhi.

No Brasil, tanto o número de confirmações quanto de óbitos cresceu em 20% nas últimas 24 horas. Somando 6.836 casos diagnósticos positivos e 240 óbitos. O número de confirmações da Covid-19 deve crescer acentuadamente no Brasil a partir desta semana, segundo Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. De acordo com ele, o número de casos confirmados é "muito menor do que o número de casos que estão circulando" no País.

O aumento acontecerá, conforme ele, devido à ampliação das testagens do novo coronavírus, com a utilização de máquinas mais potentes. "O número de casos confirmados, a partir desta semana, vai ter aumento. A testagem está represada. Estamos começando a usar máquinas em automático, vamos ter megamáquinas e os números vão crescer muito. Até o final da semana que vem vocês vão ver muitos casos confirmados", afirmou, em coletiva transmitida pelas redes sociais.

"Daqui a pouco, vamos ter máquinas tão potentes que vamos pegar todo material acumulado. Vamos rodar um pedido de hoje e vamos puxando os de trás", detalhou.

 

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