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Alemanha tem primeiros problemas após reabertura
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Alemanha tem primeiros problemas após reabertura

Dois dias após início do retorno progressivo, três estados do país tiveram que recuar
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 PRESIDENTE alemão Frank-Walter Steinmeier discursou ontem em Berlim, no dia dos 75 anos do fim da 2ª Guerra na Europa (Foto: HANNIBAL HANSCHKE / AFP)
Foto: HANNIBAL HANSCHKE / AFP  PRESIDENTE alemão Frank-Walter Steinmeier discursou ontem em Berlim, no dia dos 75 anos do fim da 2ª Guerra na Europa

Apenas dois dias após o início de um retorno progressivo à vida normal, um cantão na Alemanha teve que retomar medidas restritivas, enquanto outros dois analisavam se deviam fazer o mesmo, diante de um novo aumento de contágios. Na Renânia do Norte, um foco importante de transmissão surgiu em um frigorífico em Coesfeld, onde mais de 100 funcionários, de um total de 1.200, foram infectados.

A fábrica foi temporariamente fechada, disse ontem o ministro regional da Saúde Karl-Josef Laumann. As autoridades locais decidiram que o levantamento das restrições ao contato social e a reabertura de restaurantes e parques de diversões serão adiados por uma semana, até 18 de maio.

No estado de Schleswig-Holstein, na fronteira com a Dinamarca, outro frigorífico apresentou 109 casos de infecção no cantão de Segeberg, levantando suspeitas sobre toda a rede de processamento de carnes da região.Na Turíngia, no cantão de Greiz, com cerca de 100.000 habitantes, várias casas de repouso também reportaram novos contágios.

As autoridades alemãs estabeleceram um limite de 50 novas infecções por 100.000 habitantes por sete dias consecutivos para decidir se devem voltar a impor o confinamento. A chanceler Angela Merkel e os ministros-presidentes das regiões alemãs concordaram na última quarta-feira, 6, que essas possíveis novas medidas de reconfiguração seriam tomadas de maneira muito localizada.

As restrições seriam aplicadas cantão por cantão, em cidades, e até em estabelecimentos individuais, e não por regiões ou estados inteiros. A Alemanha registrou 167.300 casos de Covid-19 até ontem, dos quais 7.266 resultaram em mortes.

Governantes europeus pediram ontem, dia do 75º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no continente, que seja resgatado o espírito de 1945 para lutar contra a pandemia do novo coronavírus.

"Não temos que aceitar que a ordem e a paz estabelecidas a partir de 1945 se evaporem diante de nossos olhos", afirmou o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, em um discurso em Berlim. "Queremos mais e não menos cooperação no mundo, inclusive na luta contra a pandemia", completou.

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Na mesma linha, no Reino Unido, a rainha Elizabeth II disse, em mensagem aos britânicos, que não se deve "perder a esperança". "No começo, as perspectivas pareciam sombrias; a saída, distante; o resultado, incerto", comentou, lembrando a Segunda Guerra Mundial. "Mas continuamos acreditando que a causa era justa, e esta convicção nos sustentou. Nunca percam a esperança, esta era a mensagem do Dia da Vitória na Europa."

O discurso foi gravado no castelo de Windsor, a cerca de 40 km de Londres, onde a monarca, 94, e o marido, 98, instalaram-se quando a pandemia começou.

Em Paris, o presidente francês, Emmanuel Macron, presidiu uma cerimônia curta ao pé do Arco do Triunfo, praticamente vazio. O chefe de Estado depositou flores diante da estátua do general Charles De Gaulle e percorreu Champs Elysées.

Em Moscou, onde o "Dia da Vitória" é celebrado em 9 de maio, o alerta sanitário obrigou o adiamento do desfile militar na Praça Vermelha, para o qual haviam sido convidados governantes estrangeiros. A parte aérea foi confirmada.

Em mensagem, o presidente russo, Vladimir Putin, desejou "felicidade, paz e prosperidade" e lembrou que o mundo enfrenta um desafio enorme: a Covid-19: "Estamos todos juntos nesta luta contra a epidemia e o apoio mútuo é muito importante."

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump depositou uma coroa de flores no monumento à Segunda Guerra Mundial, em Washington. "Esta data nos lembra que nenhum desafio é maior do que a determinação do espírito americano. Nos últimos meses, nossa nação enfrentou uma adversidade notável durante a pandemia do novo coronavírus. Mas como já fizemos tantas vezes, os Estados Unidos vencerão", afirmou. (AFP)

 

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