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Capital tem "discreta desaceleração" de casos, observa Secretaria
Reportagem

Capital tem "discreta desaceleração" de casos, observa Secretaria

Cerca de 20% dos novos casos foram registrados em Fortaleza. Enquanto a Capital apresenta "discreta desaceleração" dos casos confirmados, segundo a SMS, o percentual aumenta na RMF e no Interior
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MOVIMENTAÇÃO na UPA do Bairro Edson Queiroz na manhã desta sexta-feira, 22 (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves MOVIMENTAÇÃO na UPA do Bairro Edson Queiroz na manhã desta sexta-feira, 22

O Ceará teve recorde no número de casos confirmados de Covid-19 nesta sexta-feira, 22. Foram 3.160 novos casos da doença, em relação ao acumulado na véspera. A maior parte dos registros são de casos da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e do Interior, e apenas 19,8% foram da Capital. Com os novos números, o Estado chegou aos 34.573 resultados positivos, de acordo com dados disponibilizados pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) na plataforma IntegraSUS às 17h11min de ontem.

O número de óbitos no Ceará chegou a 2.251, com 90 novos registros de quinta para sexta-feira. As novas mortes registradas consideram a data de inclusão no sistema, e não o dia em que ocorreram. Há ainda 19.765 pessoas que se recuperaram. De acordo com a Sesa, uma mudança no consumo de dados do Ministério da Saúde (MS) no E-SUS Notifica tem levado ao "incremento significativo" no número de casos no sistema.

Boletim epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) aponta "discreta desaceleração" dos casos confirmados a partir de 10 de maio entre residentes da Capital. Essa tendência, porém, não é definitiva. O boletim indica "discreta redução" dos óbitos após período de rápido crescimento do número de mortes a cada 24 horas nos dez primeiros dias de maio. O documento mostra também que casos confirmados estão mais concentrados nas regionais II, VI e V. Enquanto isso, o percentual de casos aumenta na RMF e no Interior.

Em entrevista coletiva realizada ontem, o secretário da Saúde do Ceará, Dr. Cabeto, afirmou que os óbitos por Covid-19 e os casos de atendimentos para pacientes com sintomas da doença têm apresentado redução no Ceará, tanto na rede pública quanto na privada. O gestor declarou que "há indícios da redução no número de atendimento das emergências e UPAs, do número de internações e da gravidade dos pacientes quando chegam às emergências".

"Ter uma posição bem determinada é difícil, mas a impressão que passa realmente é que nós estamos vivendo um momento de estabilização em Fortaleza", afirma o infectologista Anastácio Queiroz. A hipótese, segundo o médico, é que o Ceará já esteja em um platô, nível de estabilidade, ou queda. "Não temos os dados precisos porque, a rigor, não testamos a grande maioria das pessoas, mas acho que o atendimento nas unidades dá uma ideia de como isso está caminhando."

Ainda conforme Dr. Cabeto, o Ceará tem atualmente de 80 a 100 mortes diárias por Covid-19, o que seria um indicador de estabilização da doença e avanço no enfrentamento ao vírus. Para ele, a redução é resultado de medidas mais rígidas de distanciamento social e da melhoria dos protocolos de saúde. A análise foi feita um dia após o Ceará atingir 261 mortes notificadas em 24 horas, recorde desde o início da circulação do novo coronavírus no Estado.

Entretanto, segundo a Secretaria da Saúde, o número apresenta registros que estavam represados desde o fim de abril. Além da acúmulo gerado pela migração entre sistemas de notificação, os exames para confirmar óbitos suspeitos levam alguns dias a ficar prontos, e algumas unidades demoram a registrar o resultado. Segundo Dr. Cabeto, o problema será resolvido em breve quando a plataforma IntegraSUS passará a informar não só o acumulado de óbitos, mas também os óbitos diários. (Colaboraram Marcela Tosi e Júlia Duarte/Especial para O Povo)

 

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