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Fluxo de pessoas foi acima do esperado no comércio, no primeiro dia de testes para a retomada gradual da economia no Ceará
Reportagem

Fluxo de pessoas foi acima do esperado no comércio, no primeiro dia de testes para a retomada gradual da economia no Ceará

Governador deixa claro que, se casos aumentarem, início da primeira fase será adiado. Circulação no Centro foi menor do que 35 mil pessoas no dia, segundo a CDL de Fortaleza
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Muitos carros se dirigiam ao Centro de Fortaleza no primeiro dia de testes da flexibilização do isolamento social em Fortaleza (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR Muitos carros se dirigiam ao Centro de Fortaleza no primeiro dia de testes da flexibilização do isolamento social em Fortaleza

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza contabilizou movimentação inferior a 35 mil pessoas no Centro de Fortaleza ontem. Isso representa menos de 10% das 350 mil pessoas que circulam nos corredores comerciais durante um "dia normal". Ainda assim, a avaliação de empresários entrevistados pelo O POVO foi que o fluxo no comércio foi acima do esperado neste primeiro dia de testes para a retomada gradual das atividades econômicas.

Nesta fase, 66,9 mil pessoas voltaram ao trabalho no Ceará. Destas, 44,8 mil na Região Metropolitana de Fortaleza. Porém, o governador Camilo Santana (PT) destacou que o início da primeira das quatro fases do plano de retomada não está garantido para o próximo dia 8 e que depende dos índices de contágio fornecidos pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa).

"O início de qualquer fase do plano de retomada vai depender dos índices de saúde, é importante deixar isso claro. Tivemos a data de início de transição, mas para iniciar qualquer uma das quatro fases dependerá dos indicadores. Até o dia 7 vamos avaliar se será possível ou não", disse.

Preocupação primária, a lotação no transporte público foi evitada a partir do plano de escalonamento de abertura e fechamento. "As empresas de ônibus continuarão seguindo os protocolos de segurança e realizando higienização rigorosa, aplicada três vezes por dia, entre outras medidas", informou o Sindiônibus, ainda na sexta-feira, 29. Procurada, a Central Única dos Trabalhadores do Ceará (CUT-CE), informou que realiza hoje reunião com os sindicatos filiados para apurar o retorno das atividades.

No comércio, poderiam abrir apenas os lojistas de materiais de construção, óticas e salões de cabeleireiro, com até 30% do quadro de funcionários. Mas, de acordo com os empresários, o movimento surpreendeu. Presidente da CDL de Fortaleza, Assis Cavalcante, diz que o primeiro dia foi tranquilo e houve somente o caso de um cliente que tentou entrar sem máscara. Uma equipe de pessoas da CDL caminhou pelo Centro num trabalho de conscientização.

O apelo que Assis faz é que, quando os consumidores forem às compras, vão somente quem for comprar. "Vamos preservar as famílias dos vendedores, que podem ser infectados e levar a doença pra casa". Assis, que também é proprietário da Óticas Visão, diz que a maioria dos atendimentos foram de óculos com armações quebradas. O movimento foi pequeno quando comparado a um "dia normal", mas, diz, "ninguém sai da UTI correndo".

Já o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de Construção (Sindmac-CE), Cid Alves, destaca que o setor de construção recebeu uma demanda acima do esperado ontem. Também proprietário da Casas Alves, ele explica que essa alta procura se deve a uma "demanda reprimida desde o início da pandemia. Sobre estoque, detalha que os lojistas vão aproveitar os pedidos que ficaram pendentes nas transportadoras desde março.

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE), Maurício Filizola, espera que esse seja um período de experiência positiva para que no dia 8 a outra parte do comércio reabra, mesmo com as restrições.

Sobre o efeito da retomada na saúde e na economia, o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE), Raul dos Santos, diz que, apenas será possível avaliar após 15 dias. "Acredito que vai nos surpreender e talvez seja assim, num ambiente de microeconomia, que consigamos ter algum tipo de sustentação".

Na construção civil, apenas obras com até 100 funcionários estão autorizadas. De acordo com o presidente do Sindicato das Construtoras (Sinduscon-CE), Patriolino Dias, o acompanhamento dos empresários - até os que não são filiados - foi intensificado. "Uma das coisas que pedi aos construtores foi que cumprissem rigorosamente o protocolo, com entrada escalonada, almoço escalonado, medindo a temperatura dos funcionários na chegada".

Veja análise de Ricardo Coimbra, presidente do Corecon-CE, sobre a retomada das atividades econômicas

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