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Argentina liga sinal de alerta com aumento do número de casos
Reportagem

Argentina liga sinal de alerta com aumento do número de casos

País passou pela primeira vez barreira simbólica de mil novos casos em 24 horas
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PRESIDIDA por Alberto Fernández, a Argentina registrou até o momento 735 mortes por Covid-19 (Foto: Esteban Collazo / PRESIDENCIA ARGENTINA)
Foto: Esteban Collazo / PRESIDENCIA ARGENTINA PRESIDIDA por Alberto Fernández, a Argentina registrou até o momento 735 mortes por Covid-19

Considerado internacionalmente como um dos bons exemplos de resultados nas ações de combate à pandemia do novo coronavírus, a Argentina redobrou o sinal de alerta nesta semana. Nos últimos dois dias, o país ultrapassou seguidamente a barreira simbólica dos mil casos confirmados em um intervalo de 24 horas. Na última terça-feira, 9, foram registrados 1.141 novos casos da doença. Ontem, foram assinalados 1.226 novos casos.

O governo argentino decretou isolamento social, preventivo e obrigatório no dia 20 de março. As medidas foram prorrogadas diversas vezes e agora estendidas para o dia 28 de junho, com algumas flexibilizações, como saídas noturnas para a prática de exercícios físicos. Segundo números de ontem da Universidade Johns Hopkins, o país tem 25.987 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus e 735 mortes.

O país vem apresentando número crescente de casos, com mais de 900 confirmações diárias várias vezes na última semana. O recorde anterior registros ocorreu no último dia 6, quando foram 983 num único dia.

Alberto Fernández expressou ontem preocupação com a doença, principalmente na região metropolitana de Buenos Aires. "Uma das coisas que levamos em conta é a velocidade de contágio, que hoje é a mais alta desde o dia zero, de modo que, na verdade, deveríamos estar na fase 1, de quarentena absoluta. Há uma série de pedidos, todos legítimos, para acabar com a quarentena. Isso multiplica os riscos".

Na semana passada, Fernández explicou que algumas cidades do país passariam da fase 1, de "isolamento total" - na qual todos (exceto os trabalhadores de atividades essenciais) deveriam ficar em casa - para a fase 2, de "distanciamento social", em que algumas flexibilizações seriam feitas. As cidades da Região Metropolitana de Buenos Aires, onde estão a maioria dos casos, seguem em isolamento obrigatório.

"Sabíamos desde o primeiro dia que teríamos um crescimento sustentado dos casos. Nossa política era adiar isso para dar tempo ao sistema de saúde para se preparar. Estamos cumprindo esse objetivo. O pico demorou e pode estar acontecendo. Não sabemos. Mas o problema ainda não foi superado, por isso devemos ter muito cuidado", afirmou Fernández.

O governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, afirmou, via Twitter, que "infelizmente, os casos continuam a crescer na AMBA (Área Metropolitana de Buenos Aires), o que significa que o risco está avançando e que estamos entrando nas semanas mais difíceis. Sabemos que é muito difícil e cansativo, mas é hora de redobrar a paciência, o esforço e a solidariedade para cuidar-nos. Não abaixemos os braços, não corramos riscos desnecessários e, acima de tudo, continuemos protegendo o mais importante: a vida e a saúde de todos".

Em um anúncio feito na manhã de ontem, representantes do Ministério da Saúde da Argentina, informaram que, entre as pessoas que testaram positivo para Covid-19, 4% foi infectado em viagens, 41% tiveram contato estreito com pessoas com a doença, 38% foram por contágio comunitário e os outros 17% ainda estão sendo investigadas as razões.

Foi informado ainda que o país realizou mais de 208 mil testes até o momento e que há 263 pessoas em unidades de terapias intensivas, sendo que 233 delas estão na Grande Buenos Aires. As pessoas que já tiveram alta são 7.991. (Agência Brasil)

 

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