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Fim de semana é marcado por aglomerações no comércio, paredões de som e festas
Reportagem

Fim de semana é marcado por aglomerações no comércio, paredões de som e festas

| Fortaleza | Entre sábado e domingo, a Agefis encontrou 16 irregularidades. Ao longo da semana, 151 empresas foram fechadas; Camilo pediu colaboração da população
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SEGUNDO a PMCE, foram reaizadas três dispersões de banhistas que insistiam em descumprir o decreto de isolamento social na Praia de Iracema (Foto: O POVO)
Foto: O POVO SEGUNDO a PMCE, foram reaizadas três dispersões de banhistas que insistiam em descumprir o decreto de isolamento social na Praia de Iracema

Calçadas apinhadas de gente e um vai e vem de consumidores que caminhavam lado a lado. O cenário de aglomeração, registrado no último sábado, 13, no Centro de Fortaleza, tem se repetido nas praias, shoppings e outros centros comerciais espalhados pela cidade. Somente nos últimos cinco dias na Capital, 151 estabelecimentos foram fechados por descumprir diretrizes do decreto estadual de isolamento social.

As ocorrências ocorreram entre 8 e 13 de junho, durante uma operação da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis). Um total de 340 pontos foi supervisionado nesse período, incluindo feiras, shoppings e agências bancárias. Apenas no fim de semana, foram 16 irregularidades encontradas.

As aglomerações também se espalharam por meio de festas particulares com cerca de 50 pessoas nos bairros Vila Velha e Centro, e ainda motoristas trafegando irregularmente em carros com paredão de som, nas dunas do Parque Municipal da Sabiaguaba.

No sábado, O POVO percorreu algumas ruas no Centro e observou uma movimentação intensa próximo ao Mercado Central. Na esquina da José Avelino com Alberto Nepomuceno, feirantes vendiam roupas, entre outras mercadorias, e consumidores próximos uns dos outros olhavam, tocavam as peças, alguns sem máscara ou utilizando de forma inadequada. A Agefis esteve no local para fiscalização.

FORTALEZA, CE, BRASIL, 13-06-2020: Agolmeração de pessoas nas redondezas da Catedral da Sé de Fortaleza, e na Rua José Avelino. Em epoca de COVID-19. (Foto: Aurelio Alves/O POVO)
Foto: O POVO
FORTALEZA, CE, BRASIL, 13-06-2020: Agolmeração de pessoas nas redondezas da Catedral da Sé de Fortaleza, e na Rua José Avelino. Em epoca de COVID-19. (Foto: Aurelio Alves/O POVO)

Situações como essa aumentaram após a flexibilização das atividades econômicas quando comparadas com o primeiro fim de semana do isolamento rígido na Capital, no último 10 de maio. À época, sete feiras foram encerradas, um paredão de som foi apreendido e dois estabelecimentos foram fechados.

Segundo o diretor de Operações da Agefis, Neuvani Vasconcelos, a maioria das irregularidade é de empreendimentos descumprindo os horários de funcionamento ou aberturas de segmentos que não estão nesta fase de retomada da economia. Outro ponto, acrescenta, é que o comércio aberto tem atraído mais pessoas às ruas.

"O que tem acontecido muito também é a formação de filas antes dos estabelecimentos abrirem, com muita aglomeração. Estamos distribuindo máscaras, álcool em gel, mas, sobretudo, orientando a sair quando é necessário e tomando todos os cuidados", frisa.

Nas redes sociais, o governador Camilo Santana (PT) se pronunciou sobre as aglomerações neste fim de semana e pediu o apoio da sociedade para manter as medidas de isolamento social contra o avanço
da pandemia.

"Muitas pessoas continuam ignorando os seguidos alertas de que a situação não é de normalidade. A pandemia continua. Já conversei com nossas equipes e o Roberto Cláudio (PDT) com as da Prefeitura para intensificar a fiscalização. Mas, se não houver a colaboração de todos, tudo ficará muito mais difícil", disse.

Camilo destacou que o processo de retomada só avançará se os números da Covid-19 não voltarem a subir. "E isso só ocorrerá se houver a conscientização de todos. A economia é muito importante. As pessoas precisam trabalhar. Mas, sem a saúde sob controle, não há vida normal", finalizou. No Ceará, o decreto de isolamento social foi prorrogado por mais sete dias no último sábado, 13. (colaborou Gabriela Custódio)

 

ameaças

Durante a permanência da reportagem na rua Alberto Nepomuceno, o repórter fotográfico do O POVO foi hostilizado pelas pessoas, que, entre gritos e xingamentos, diziam que precisavam trabalhar.

Veja as ocorrências registradas na Capital

Sábado (13/6/2020)

- Cinco flagrantes de poluição sonora e de outras situações de aglomeração de pessoas

- No bairro Vila Velha, às 23 horas, foi flagrada poluição sonora provocada pelo condutor de um veículo. Além da apreensão do paredão de som (equipamento sonoro acoplado ao carro), foi aplicada multa de R$ 1.346,93.

- Também no Vila Velha, a equipe do Grupamento Tático Motorizado (GTAM) da Guarda Municipal dispersou aglomeração de festa com cerca de 50 pessoas e, em seguida, a Agefis apreendeu equipamento de som utilizado no local

- Uma denúncia de imóvel com festa e aglomeração de pessoas no Centro da cidade foi verificada e constatada pelas equipes. Os responsáveis foram orientados e a festa
foi encerrada

- Um estabelecimento no Parque Iracema foi autuado por funcionar com lava-jato e bar com churrasqueira, serviços potencialmente poluidores, sem licença ambiental, e
provocar aglomeração.

DOMINGO (14/6/2020)

- Dez condutores veículos trafegando irregularmente nas dunas do Parque Municipal da Sabiaguaba. Todos foram autuados. A multa para esses casos (pessoa física) varia de R$ 303,75 a R$ 4.050,00. A prática é considerada degradação ambiental, de acordo com o Plano de Manejo da Sabiaguaba, e tipificada como infração gravíssima pelo Código da Cidade (Lei Complementar Nº 270/2019).

- Também houve flagrante a carro com paredão de som, com apreensão do equipamento sonoro e aplicação de multa, e abordagens em situações de descumprimento do isolamento social.

De 8/6 a 13/6

- 340 operações
de fiscalização

- 16 ações em shoppings da cidade

- Seis ações em feiras de rua: dos bairros Autran Nunes, Mucuripe, Messejana, Vila Velha e Gentilândia

- 151 fechamentos de estabelecimentos por descumprimento do decreto de
isolamento social

- Atuação em praças, orla e agências bancárias, dentre outros. No período, os fiscais de Vigilância Sanitária fiscalizaram 17 estabelecimentos, sendo 11 restaurantes, duas clínicas médicas, três odontológicas e um supermercado para verificar o cumprimento das medidas protetivas

Balanço do mês

- 1.867 ações de monitoramento e dispersão de aglomerações.

- 83 operações para o encerramento das
feiras irregulares

FONTE: Agefis

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