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Hotéis econômicos vão voltar a crescer de forma mais rápida, diz diretor-geral da OYO no Brasil
Reportagem

Hotéis econômicos vão voltar a crescer de forma mais rápida, diz diretor-geral da OYO no Brasil

A afirmação é de Henrique Weaver, diretor-geral da OYO no Brasil, que avaliou o cenário do segmento
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DIRETOR-geral da startup indiana OYO no Brasil, Henrique Weaver (Foto: JOAONETOFOTO / DIVILGAÇÃO)
Foto: JOAONETOFOTO / DIVILGAÇÃO DIRETOR-geral da startup indiana OYO no Brasil, Henrique Weaver

O setor hoteleiro precisará de protocolos sanitários rígidos e preços mais competitivos para superar a insegurança dos hóspedes no pós-isolamento social. Mas o segmento budget cheap (econômicos) voltará mais rápido que o restante. É o que avaliou o diretor-geral da startup indiana OYO no Brasil, Henrique Weaver, em entrevista ao editor-chefe de Economia e Negócios do O POVO, Jocélio Leal.

A projeção de retomada é baseada no desempenho da empresa na China, onde a taxa de ocupação histórica da rede era de 60% antes da pandemia. Durante o período de agravamento do quadro sanitário, ficou entre 5% e 10% em Wuhan — primeiro epicentro do novo coronavírus. Atualmente, diante da redução de casos e mortes, chegou a 40%.

Ele acrescenta que, na retomada das atividades no Brasil, a demanda entrará numa crescente, mas os hotéis não terão capacidade para cobrar os mesmos valores praticados no pré-Covid-19. Diante deste cenário, as companhias precisarão mais da tecnologia para analisar dados para ter o direcionamento de uma precificação de cada fase do retorno.

Um levantamento do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) mostra que, na China, o ritmo de recuperação foi mais rápido para os hotéis econômicos e os chamados midscale e upscale (com um pouco mais de conforto) nas primeiras semanas que precederam o pico da crise, que saíram de aproximadamente 24% de ocupação no início de março e chegaram a 56% dois meses depois. Já os da categoria luxury (luxo) foram os que mais sofreram para ganhar ocupação, saindo de 7% para 36%.

Henrique frisou a necessidade da implementação de medidas eficazes de higiene e preparação para funcionários e clientes atravessarem o "novo normal". Por exemplo, manter o distanciamento no check-in, novas rotinas de limpeza, disponibilização de álcool em gel, entre outros.

"Pensando nisso, criamos um novo programa de certificação de hotéis para seguirem protocolos, que desenvolvemos a partir de dados do Governo e secretarias da Saúde", explicou. O certificado gera um selo que é mostrado em sites de reservas para os hóspedes terem a garantia dos protocolos rigorosos do hotel. Serão feitas vistorias para avaliar o cumprimento das normas e manutenção do documento.

No Ceará, o decreto de isolamento social não inclui a rede hoteleira. No entanto, a maioria dos empreendimentos fechou por falta de fluxo. Os que estão de portas abertas seguem diretrizes do Governo Federal e da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) e podem obter o selo Turismo Responsável concedido pelo Ministério do Turismo. A taxa de ocupação local variou entre 0% a 6% nestes últimos três meses.

Dentre as orientações, estão manter a distância social mínima de 1,5 metro, disponibilizar álcool gel 70% registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nas entradas e saídas dos estabelecimentos e nas áreas internas. Além de reduzir a quantidade de sofás, mesas, cadeiras ou espreguiçadeiras, diminuindo o número de pessoas no local, quando necessário.

Veja o panoramo do setor no Brasil
Foto: luciana pimenta
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Conheça

O que é a OYO

Uma startup que foca em hotéis independentes para uma padronização que inclui mudanças no serviço, estrutura e atração de clientes com recursos como algoritmos de precificação. Após mudanças, a empresa recebe a bandeira da marca.

Hotéis da rede no Ceará

As operações da OYO no Ceará iniciaram em 2019 e, atualmente, tem a parceria com 20 propriedades e 430 quartos. 10 hotéis da rede estão abertos e prontos para receberem reservas.

O que mudou nos hotéis da rede

Guia de apoio aborda obrigatoriedades nos procedimentos de limpeza e segurança para que cada hoteleiro tenha responsabilidade com funcionários e hóspedes.

Reformulação do o check-in e check-out de hóspedes para um processo com pontos de contato mínimo, usando a tecnologia para concluir as formalidades no hotel. Enquanto isso, incentiva o pagamento antecipado pelo app OYO ou pagamento por aproximação ou cartão de crédito diretamente no estabelecimento.

Os hotéis passarão por verificações regulares quanto à assimilação e adoção dos novos protocolos de higienização e segurança. O programa ganhará mais robustez quando somado às avaliações dos hóspedes por meio de comentários, revisões e recomendações realizados após a saída do hotel e se o hotel cumprir com todos os critérios será elegível ao selo de qualidade.

Os materiais de conscientização relacionados ao Covid-19 serão exibidos na recepção e em todos os locais de destaque do hotel, com números de contato de emergência e detalhes dos hospitais mais próximos.

 

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