Apesar de ainda manter ampla maioria na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), o prefeito José Sarto (PDT) deve começar hoje a ter uma oposição que se anuncia muito maior e mais ativa do que a do antecessor Roberto Cláudio (PDT) no Legislativo.

Hoje com 14 assentos, o bloco de oposição tem perfil diverso, misturando novatos e vereadores experientes, que se destaca por ser, na prática, “duas oposições”. De um lado, está um grupo de nove vereadores mais à direita, que une aliados do candidato Capitão Wagner (Pros) na eleição de 2020, além de nomes ligados a Jair Bolsonaro ou segmentos evangélicos.

Do outro, estão os cinco vereadores eleitos pelo PT e pelo Psol, que prometem oposição à esquerda, independente do grupo opositor majoritário. “Vamos tentar dialogar com as duas, até imagino que tenham matérias onde um grupo pode votar conosco e o outro não, e vice-versa”, diz o líder do governo na Câmara, Gardel Rolim (PDT).

Escolhido para liderar o bloco opositor, Márcio Martins (Pros) destaca que Capitão Wagner terá papel importante na articulação e liderança do grupo, mas reforça que o deputado não buscará interferir na atuação individual dos parlamentares do bloco. Ele destaca, no entanto, que os opositores não se guiarão por questões eleitorais.

“A eleição acabou, não existe nenhum revanchismo. Fazemos oposição a um projeto político, e não à cidade, então queremos fazer oposição qualificada”, diz, afirmando ainda que não possui “qualquer porta fechada” com os vereadores do PT e Psol.

“A oposição vem bem. Está maior, está afinada, tem uma galera novata no gás, doida para fazer um trabalho intenso de oposição. Temos gente boa em fiscalização, gente com potencial de rede social muito bom, e eu vou aproveitar da minha experiência para orquestrar isso", diz.