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2022 já começou para quem quer cargos legislativos
Reportagem

2022 já começou para quem quer cargos legislativos

| JOGO INICIADO | O ano eleitoral é objeto de conversas iniciais para os partidos que estão de olho em obter poder na Assembleia e na Câmara Federal
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Fachada do Congresso Nacional, a sede das duas Casas do Poder Legislativo brasileiro, durante o amanhecer. As cúpulas abrigam os plenários da Câmara dos Deputados (côncava) e do Senado Federal (convexa), enquanto que nas duas torres - as mais altas de Brasília, com 100 metros - funcionam as áreas administrativas e técnicas que dão suporte ao trabalho legislativo diário das duas instituições. Obra do arquiteto Oscar Niemeyer (Foto: Pedro França/Agência Senado)
Foto: Pedro França/Agência Senado Fachada do Congresso Nacional, a sede das duas Casas do Poder Legislativo brasileiro, durante o amanhecer. As cúpulas abrigam os plenários da Câmara dos Deputados (côncava) e do Senado Federal (convexa), enquanto que nas duas torres - as mais altas de Brasília, com 100 metros - funcionam as áreas administrativas e técnicas que dão suporte ao trabalho legislativo diário das duas instituições. Obra do arquiteto Oscar Niemeyer

O discurso de que o tema "eleições" está distante é uma meia verdade, pois se restringe unicamente ao espaço de 490 dias que separa este domingo, 30, do dia 2 de outubro de 2022, data programada para o próximo pleito. Não é o único modo de medir o tempo da política.

Se é correta a consagrada frase do ex-governador Gonzaga Mota de que "a política é dinâmica", é também válido observar que o ano eleitoral é precedido de conversas e cálculos. Muitos. Justamente para que esses ventos inconstantes soprem mais a favor do que contra cada interesse colocado às mesas.

Em 2022, pela primeira vez candidatos à Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) e Câmara dos Deputados não sairão às ruas coligados - experiência já vivida em 2020 no pleito municipal. Sem que partidos menores pudessem garantir assentos na esteira dos maiores, siglas reforçaram suas chapas e lançaram mão de candidaturas próprias às Prefeituras.

A característica deve se manter e orientar a tomada das decisões partidárias. As condições estão formadas para que o PDT cearense aumente sua bancada na AL-CE, de 15 cadeiras, e na Câmara Federal, com seis.

A legenda trabalhista elegeu 66 prefeitos pelo Estado em 2020, muitos dos quais aliados e até apadrinhados de parlamentares. Funcionam como cabos importantes nos municípios em que os candidatos concentram bases eleitorais.

"Pretendemos manter os mesmos seis e buscarmos até ampliar mesmo", disse o presidente do PDT no Ceará, deputado federal André Figueiredo. Ele projeta vitória de sete no próximo ano.

André Figueiredo, presidente do PDT no Ceará
Foto: Agência Câmara
André Figueiredo, presidente do PDT no Ceará

A tendência é de que o candidato ao Governo do Ceará da aliança governista saia do PDT. Como o próprio Ciro Gomes (PDT) já afirmou em 2017, às Páginas Azuis do O POVO, Roberto Cláudio é o primeiro desta fila.

A declaração não ficou velha, pois o favoritismo se mantém quatro anos depois. O secretário de Planejamento e Gestão do Ceará, Mauro Filho (PDT), tenta se viabilizar para a disputa. É aliado histórico de Ciro e seria ministro da Fazenda se caso o líder pedetista chegue ao Planalto.

Se a coalizão que governa o Estado se mantiver, o natural é que o PT apareça na chapa com o governador Camilo Santana candidato ao Senado Federal. Há, contudo, manifestações para que a sigla de Lula monte um "palanque leal" a ele no Ceará - que evidentemente não seria o mesmo do PDT de Ciro.

Essa questão passa também pela disputa ao Legislativo. Os deputados federais José Airton e Luizianne Lins colocaram os nomes à disposição da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, para a disputa ao Palácio da Abolição.

Deputados José Airton e Luizianne Lins debatem sobre "palanque leal" no Ceará
Foto: DIVULGAÇÃO
Deputados José Airton e Luizianne Lins debatem sobre "palanque leal" no Ceará

Se por ventura os votos dos cearenses forem muito importantes a Lula num cenário de crescimento do ex-ministro cearense na disputa, a possibilidade Luizianne cresceria, havendo hoje no PT quem diga que ela toparia entrar na corrida.

Próximo ao governador e detentor do maior número de delegados eleitorais pelo Ceará, José Guimarães tem sua situação encaminhada. Luizianne possui a força eleitoral da militância do partido, pois é a face mais popular da esquerda petista local. José Airton, graduado na agremiação, teria a estrada facilitada rumo a Brasília se a petista fosse à disputa ao Governo do Ceará.

Sobretudo porque o deputado estadual Fernando Santana (PT), concunhado de Camilo, é provável candidato a federal. Ele afirmou ao O POVO que não manifestou a intenção, embora se ponha à disposição do grupo do qual faz parte.

Questionado se a possibilidade de que Fernando postule à Câmara o incomodou, Airton negou, alegando que o incentivou em razão dos "serviços relevantes prestados ao Ceará". Outro membro do grupo de Guimarães, De Assis Diniz, ex-presidente do PT no Ceará, deve sair candidato.

Atualmente deputado estadual, Fernando Santana foi candidato a prefeito em 2016
Foto: Júnior Pio/Divulgação AL-CE
Atualmente deputado estadual, Fernando Santana foi candidato a prefeito em 2016

Atualmente, De Assis é secretário do Desenvolvimento Agrário do Ceará. É uma aposta do grupo e receberia forte apoio do chefe do Executivo estadual na campanha.

Opositor do prefeito José Sarto (PDT) na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), Guilherme Sampaio (PT) não esconde o desejo de ser eleito deputado estadual. Ele preside o PT de Fortaleza e tentou, já em 2020, ser o representante do partido na corrida vencida por Sarto.

Vereador Guilherme Sampaio
Foto: MAURI MELO
Vereador Guilherme Sampaio

"Eu estou discutindo já com a nossa corrente política (Resistência Socialista), fiz uma conversa também com o nosso presidente estadual do PT, o Antônio Filho, Conin, que me estimula sim a ser candidato. E estou nessa condição de pré-candidato a deputado estadual", ele afirmou.

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