Uma das principais lideranças das forças conservadoras do Ceará, Capitão Wagner (Pros) é o mais competitivo nome de oposição para a disputa ao Governo do Ceará. Ele se coloca entre as possibilidades, também citando Eduardo Girão (Podemos) e os prefeitos Roberto Pessoa (PSDB), Vitor Valim (Pros) e Glêdson Bezerra (Podemos) - Maracanaú, Caucaia e Juazeiro do Norte, respectivamente.
Nos bastidores, Girão tem lugar privilegiado nas conversas, situado imediatamente atrás de Wagner se o quesito for força eleitoral. O primeiro mandato dele foi garantido em 2018, numa vitória considerada surpreendente sobre o poderoso e experiente Eunício Oliveira (MDB), à época presidente do Senado.
A opção politicamente mais segura é de que Wagner renove mandato na Câmara dos Deputados. É consenso na oposição, até entre adversários, que nova candidatura a deputado é garantia de fácil reeleição.
Wagner e Girão têm pontos em comum com Bolsonaro, mas não hesitam em divergir. O policial da reserva afirma afinidades com mais facilidade, já o ex-presidente do Fortaleza Esporte Clube ressalta que, apesar de eventuais concordâncias, se autodenomina independente.
Capitão Wagner tem em mãos convite feito por Heitor Freire para desembarcar no PSL. Estaria no comando de nova máquina partidária, financeiramente mais atrativa. Freire perdeu proximidade com Jair Bolsonaro em 2019.
A assessoria do Wagner foi procurada para que o deputado falasse sobre se vai trocar de partido e, ainda, sobre quais possibilidades políticas são consideradas com mais força por ele neste momento. O parlamentar não respondeu às perguntas dirigidas.
O "bolsonarismo raiz" é agitado principalmente por André Fernandes (Republicanos), deputado estadual, e Inspetor Alberto (Pros), vereador de Fortaleza e antigo assessor do gabinete de Fernandes.
Os dois amigos, estes mais próximos a Bolsonaro, têm projetos políticos para o próximo ano. André Fernandes já fez enquete nas redes sociais perguntando aos seguidores o que esperam dele, se nova candidatura à Assembleia ou à Câmara dos Deputados. A segunda opção venceu, mas já seria a preferida dele independentemente do resultado.
Em tom de brincadeira, no plenário da Assembleia, o bolsonarista já disse aos colegas: "a Câmara é quem me quer." Ele e a assessoria não deram retorno às perguntas do O POVO.
Alberto é autor dos tiros na imagem do ex-presidente Lula, o que lhe rendeu um processo judicial do qual vai recorrer. Questionado sobre se será candidato ao Senado Federal, o que se ventilou nos últimos dias, ele respondeu que não decide sozinho.
"Meu nome hoje está à disposição do presidente Bolsonaro e do deputado André Fernandes. Está cogitado. Quem bate o martelo, não sou eu. Teremos muitas decisões para tomar até lá."
A fala teria sido protocolar se não tivesse sido encerrada com a informação sobre o futuro político do bolsonarista: "Posso te dar uma certeza, serei candidato em 2022."
Uma pessoa do entorno do vereador, perguntada se a possibilidade de candidatura ao Senado está ganhando força, disse que somente que "sim". São comuns as idas de Fernandes e Alberto ao Palácio da Alvorada, residência presidencial de onde Bolsonaro faz as tradicionais lives das quintas-feiras e também de onde interage com seguidores, no famoso "cercadinho".