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Segmentos comemoram avanços em reabertura, mas pedem alternativas a restrições
Reportagem

Segmentos comemoram avanços em reabertura, mas pedem alternativas a restrições

O setor de eventos e o de feiras livres defendem, respectivamente, que se retirem algumas exigências para o retorno e que haja mais apoio do poder público
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Cinemas estão autorizados a funcionar a partir de segunda-feira, 14, com capacidade limitada de público e reforço nas medidas de higienização (Foto: Aurelio Alves/ O POVO)
Foto: Aurelio Alves/ O POVO Cinemas estão autorizados a funcionar a partir de segunda-feira, 14, com capacidade limitada de público e reforço nas medidas de higienização

Com a confirmação do retorno dos pequenos eventos corporativos e o anúncio de outras flexibilizações que passaram a valer a partir de segunda-feira, 14, no Ceará (exceto na macrorregião Cariri/Centro-Sul), representantes de segmentos econômicos comemoraram a nova etapa de reabertura, embora com ressalvas.


As novas regras anunciadas ontem pelo governador Camilo Santana (PT) preveem, ainda, que cinemas, museus e bibliotecas, fechados há mais de três meses, voltem a funcionar, com capacidade reduzida. Também as academias e templos religiosos terão suas atividades impactadas, com a ampliação da capacidade de atendimento.

Além disso, as aulas presenciais em escolas de ensino médio serão liberadas, e haverá flexibilização do uso de espaços públicos, tais como praças, parques e as chamadas “Areninhas”, entre outros equipamentos esportivos. Os detalhes sobre essas flexibilizações devem ser divulgados, junto com o novo decreto sobre o isolamento social no Estado, ainda neste fim de semana.

Um dos segmentos mais impactos, o de eventos, retornará apenas em sua modalidade corporativa, com autorização para a presença de 30 pessoas em ambientes fechados e 50 em ambientes abertos. Além disso, serão exigidos que os participantes tenham sido vacinados com duas doses e façam teste para Covid-19, com 48 horas de antecedência. A definição desses pré-requisitos recebeu críticas de representantes do setor.

Para a presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos no Ceará (Abeoc-CE), Enid Câmara, “essa exigência é um ponto que questionamos por que não foi feito a outros segmentos quando estes retomaram suas atividades. As empresas do nosso setor já estão em situação de muita dificuldade para se adicionar o custo da realização desses testes. Além disso, a exigência da vacinação em duas doses limita ainda mais nossa possibilidade de atuação, já que apenas grupos muito específicos, como idosos e profissionais de saúde, por exemplo, atendem a esse requisito.”

Enid Câmara, embora reconheça a importância de retomar agora algum nível de atividade, lamenta que “90% das empresas do setor de eventos no Ceará fecharam em definitivo, após o segundo lockdown no Estado. Quem não fechou está com um número muito reduzido de profissionais. Aliás, uma das características de tudo isso é o desemprego e a migração das pessoas para outras atividades”. Nesse sentido, ela acrescenta que outro desafio para “será retornar depois de tanto tempo parado e com boa parte da nossa mão de obra tendo migrado outros segmentos. Não é um cenário muito animador, mas é um começo”.

Outra categoria que está proibida de exercer suas atividades desde o início de março é a dos feirantes. Mas embora, não sejam contemplados no decreto que entrará em vigor na próxima semana, os representantes do segmento comemoraram a sinalização feita pelo Governo do Estado de que as feiras livres devem voltar a ser autorizadas, a partir do dia 21. Segundo a diretora da Associação dos Feirantes e Ambulantes do Ceará (Afaece), Valderina Silva, “esse anúncio traz felicidade para o nosso setor, mas ainda é complicado falar em retomada, porque muita gente não se recuperou nem do baque do primeiro lockdown”.

Ela admite que alguns feirantes têm ido às ruas vender seus produtos, “por extrema necessidade, mesmo sabendo que estão sujeitos a pegar a doença”. Valderina estima que antes da pandemia existiam, pelo menos, 42 feiras em atividade somente na Capital. “Algumas dessas feiras chegavam a reunir 400 feirantes, como a da Parangaba, então é muita gente impactada”, cita. “Queremos voltar e que o poder público nos dê a condição para esse retorno. Também tem a questão da feira da José Avelino que entra gestão e sai gestão e não é resolvida, mesmo sendo uma coisa que traz clientela nacional e internacional”, defende.

O QUE MUDA E O QUE FICA COMO ESTÁ

Com exceção da macrorregião Cariri/Centro-Sul, as seguintes medidas estarão em vigor no Ceará entre os dias 14 e 20 de junho.

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DO NOVO DECRETO

- Retomada das aulas presenciais em escolas do ensino médio

- Reabertura de cinemas, museus e bibliotecas, com capacidade a ser definida

- Igrejas, templos, academias poderão funcionar com maior capacidade, a ser divulgada no novo decreto

- O uso de espaços públicos, como praças e parques foi flexibilizado, inclusive com o retorno das Areninhas

O QUE JÁ ESTAVA LIBERADO (COM RESTRIÇÕES DE HORÁRIO)

- Aulas presenciais das demais séries da educação básica. As instituições devem continuar a oferecer a opção pelo ensino remoto.

- Comércio e serviços fora de shoppings: podem funcionar de 10h às 19h.

- Shoppings: podem funcionar de 12h às 22h, observada a limitação de 50% da capacidade de atendimento simultâneo de clientes.

- Restaurantes fora de shoppings: podem funcionar de 10h até 22h, observada a limitação de 50% da capacidade de atendimento simultâneo.

- Restaurantes em shoppings: podem funcionar de 12h às 22h, observada a limitação de 50% da capacidade de atendimento.

- Instituições religiosas: podem promover celebrações presenciais até as 21h

- Construção civil: deve iniciar as atividades a partir das 7h.

- Academias: funcionam exclusivamente para a prática de atividades individuais, de segunda a domingo, de 6h às 21h.

- Autoescolas: poderão ministrar aulas práticas de direção veicular no horário de 6h às 19h, de segunda a domingo, com agendamento prévio.

O QUE JÁ ESTAVA LIBERADO (SEM RESTRIÇÕES DE HORÁRIO)

- Farmácias

- Supermercados, padarias e congêneres - permitido o atendimento presencial de clientes para o café da manhã. a partir das 6h

- Serviços de entrega, inclusive por aplicativo

- Indústria

- Postos de combustíveis

- Hospitais e demais unidades de saúde, clínicas odontológicas e veterinárias para atendimento de emergência

- Laboratórios de análises clínicas

- Segurança privada

- Imprensa, meios de comunicação e telecomunicação em geral

- Oficinas em geral e borracharias

- Funerárias

O QUE SEGUE PROIBIDO

- Aglomerações

- Festas

- Circulação de pessoas e veículos, exceto em casos excepcionais, entre as 23h e às 5h (toque de recolher)

- Feiras de qualquer natureza*

*Feiras livres devem voltar a ser autorizadas, a partir do dia 21, mas definição só deverá acontecer em futuro decreto

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