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Programas de microcrédito devem injetar mais de R$ 3,158 bilhões no Ceará
Reportagem

Programas de microcrédito devem injetar mais de R$ 3,158 bilhões no Ceará

Somente o Crediamigo, do BNB, já aplicou mais de R$ 3 bilhões. Mas a modalidade ganha reforço tanto no mercado financeiro, como em programas recém lançados pelo poder público municipal e estadual
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Lançamento do maior programa de crédito para mulheres chefes de família na história de Fortaleza (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Lançamento do maior programa de crédito para mulheres chefes de família na história de Fortaleza

O crescimento expressivo no número de microempreendedores individuais no Ceará, de 38,8% de 2019 para cá, e as dificuldades financeiras enfrentadas pelas famílias têm despertado a atenção do setor financeiro e do poder público para a importância do microcrédito. Somente o Crediamigo, do Banco do Nordeste (BNB), já aplicou mais de R$ 3 bilhões no Ceará. Mas novos programas estão ganhando forma no Estado, o que deve impulsionar esse número em, pelo menos, mais R$ 158 milhões.

No último dia 27, a Câmara Municipal de Fortaleza aprovou o projeto de lei que cria o programa Nossas Guerreiras, uma parceria da Prefeitura com o Governo, que vai ofertar R$ 55 milhões em microcrédito orientado para empreendedoras de baixa renda.

No mesmo dia, também foram liberados os recursos - na ordem de R$ 3,7 milhões - de outros dois programas municipais anteriores - o Meu Bairro Empreendedor e o Mulheres Empreendedoras - que seguem na mesma linha.

As iniciativas vêm se somar a outras também lançadas neste ano. Como o Ceará Credi, do Governo do Estado, que oferece crédito entre R$ 500 e R$ 5 mil, com taxa de juros zero neste ano e outras condições diferenciadas, para pessoas em situação de vulnerabilidade e beneficiários de políticas sociais.  O valor inicial a ser disponibilizado é de R$ 100 milhões para apoiar microempreendedores.

Ou o microcrédito do Caixa Tem, que começou a ser operacionalizado em setembro deste ano, pela Caixa Econômica Federal, que oferece empréstimo de até R$ 1 mil em contratações que podem ser feitas pelo celular.

E o próprio BNB, que já tem o maior programa de microcrédito da América do Sul, está criando estratégias para intensificar as operações nos estados onde atua. Depois de digitalizar, em abril, a concessão do crédito, com um aplicativo específico para o programa, lançou neste mês uma campanha que vai ofertar bônus de R$ 10, que pode ser cumulativo, ao cliente que indicar um amigo ao programa de microcrédito.

Na avaliação do diretor técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae), Alci Porto, esse movimento reflete o próprio contexto econômico que o País atravessa. Ele explica, por exemplo, que as dificuldades do mercado de trabalho tem feito com que muitas pessoas que perderam seus postos de trabalho na pandemia começassem a empreender.

“E são esses MEIs que estão ajudando a impulsionar a retomada da atividade econômica. Mas é preciso recursos para poder investir no negócio, daí a importância dessas políticas.”

Ele também ressalta que o microcrédito, diferente de outras modalidades de crédito bancário, costumam gerar um efeito mais rápido na economia. “É uma economia que floresce nos bairros e que estimula as pessoas a comprarem dos pequenos.”

Mas o setor público não é o único mirando nesta modalidade de crédito. O Santander, por exemplo, anunciou a expansão da sua rede de atendimento a micro e pequenos empreendedores de 1,3 mil para 1,6 mil municípios. O número aponta crescimento de 23% em relação à cobertura atual.

O superintendente executivo do Prospera Santander Microfinanças, Alexandre Castelano, explica que, nos últimos três anos, houve um aumento da carteira de microcrédito do banco na ordem de 240% no Ceará.

”Estamos aumentando nossa rede de microcrédito no Nordeste e o Ceará tem um papel muito importante neste contexto. Até o fim de 2022, projetamos alcançar cerca de 220 mil clientes no Estado.”

 

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