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Temporada de contas a pagar abre alerta para golpes ao consumidor
Reportagem

Temporada de contas a pagar abre alerta para golpes ao consumidor

| Fraude | Instituições financeiras orientam sobre medidas de segurança. Governo Federal desmente sobre suposto benefício natalino
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Temporada de golpes acende alerta para fim de ano. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil Temporada de golpes acende alerta para fim de ano.

A temporada de golpes chegou. Atrativos para isso vêm desde o fim do ano com o recebimento do 13º salário e o aumento do consumo, bem como as inúmeras contas e boletos a pagar no começo do ano.

Nos últimos doze meses, por exemplo, 7,2 milhões de brasileiros sofreram algum tipo de fraude em instituições financeiras, segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

Uma dss mais relatadas pelos consumidores é o compartilhamento de links falsos com tom chamativo para ofertas e promoções, nos quais os golpistas buscam o acesso a senha e dados pessoais.

Outro tipo de fraude encontrada são as ligações ou mensagens enviadas para o cliente. Neste, o golpista cria alguma situação inverídica, como sequestro ou falsa identidade, para conseguir dinheiro.

Além dos “tradicionais” golpes, uma nova prática é encontrada. A ação consiste em um envio de SMS ou outros aplicativos de mensagem para o consumidor relatando que há transação suspeita de valor alto dentro de uma compra e a solicitação para que o cliente entre em contato com a suposta instituição.

No texto da mensagem é comum aparecer o número 0800, um tipo de Discagem Direta Gratuita (DDG), para passar credibilidade sobre o aviso.

Dessa maneira, as instituições financeiras adotam medidas de segurança com o objetivo de combater essas ações.

Em relação à segurança do ambiente digital, as empresas investem em soluções especializadas e tecnologias voltadas para a proteção de golpes.

O Banco do Brasil reforça sobre as orientações oferecidas aos clientes. A instituição explica que ligações recebidas pelos clientes que solicitam qualquer documento, senhas, dados cadastrais e financeiros, estornos ou a realização de transferências não são práticas do banco.

“Os clientes não devem, em hipótese alguma, digitar ou informar senhas no aparelho telefônico quando não efetuaram a ligação de forma ativa e espontânea”, disse em nota ao O POVO.

A instituição financeira também ressalta que não há realização de chamadas telefônicas pelo número 4004-1001. “Esse número de telefone é apenas receptivo. Ou seja: ele funciona para receber ligações, mas não para fazer ligações proativas para os clientes”.

O uso da inteligência artificial (IA) é outro meio utilizado para reforçar a segurança. O banco Bradesco informa que disponibilizou a nova IA, chamada de Bia, criada para prevenir golpes e fraudes via Pix.

“Caso uma transação fique retida para análise de segurança, a Bia contata o cliente por WhatsApp para confirmar a operação. Caso desconheça, o Pix é cancelado”, explica ao O POVO.

No caso de contatos falsos por telefone, o banco Santander afirma que os atos são praticados por terceiros e não há falha da instituição.

Outra atuação da empresa é a realização de campanhas publicitárias a fim de orientar e prevenir os clientes.

“Entre todas essas as recomendações, vale destacar que as senhas sigilosas são de uso pessoal e nunca podem ser compartilhadas com terceiros. Essas práticas fragilizam a segurança”, relembra.

Sobre a área da fiscalização e a atuação dos órgãos de Justiça, a Caixa Econômica Federal afirma que monitora os serviços e atua em conjunto com a Polícia Federal e os demais órgãos na identificação e investigação de casos suspeitos.

Em outubro de 2023, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lançou a terceira edição da campanha de prevenção a golpes “Pare e Pense: Pode ser Golpe”. A iniciativa tem por objetivo passar informações e dicas para clientes bancários sobre fraudes aplicadas.

Veiculada pela primeira vez no fim de 2021, a campanha ficou conhecida pela paródia da música “Pare”, de Zezé Di Camargo e Luciano.

A ação retornou para as mídias sociais com a comunicação ilustrando as situações de golpes e trazendo dicas de prevenção.

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DICAS PARA NÃO CAIR EM CILADAS

O que fazer quando for vítima de um golpe

1. Lei: quando um golpe é causado pela falha de segurança do banco, como no caso dos empréstimos e transferências via aplicativos digitais, o Código de Defesa do Consumidor pode ser acionado.
2. Órgãos de defesa do consumidor: a indicação em caso de golpe é a realização de uma reclamação formal pelo Consumidor.gov.br. O Banco Central também tem um site próprio para reclamações contra bancos, caso o golpe que sofreu tenha a ver com a sua conta bancária, cartão de crédito, empréstimos ou transferências. Basta entrar no site do Bacen e fazer a reclamação. (bcb.gov.br/meubc/registrar_reclamacao)
3. Juizado Especial Cível: o Juizado Especial Cível (JEC) pode ser procurado a depender do valor. O consumidor pode buscar o órgão quando o golpe custa, no máximo, 20 salários mínimos e não há presença de advogado. Caso haja defesa, a vítima pode usar o JEC para causas de até 40 salários mínimos.

Fonte: Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec)

Como se prevenir de golpes e proteger dados pessoais

1. Caso exista um bom desconto na loja X, o ideal é buscar no Google ou no Bing, serviço de buscas disponível, o endereço oficial da loja. Se a promoção for real, o consumidor encontrará a promoção no site oficial.
2. Resistir à tentação de cliques. O consumidor deve ter cuidado com perfis de Facebook e Instagram: muitos golpistas criam perfis, chats e contas que possuem as mesmas fotos de perfil e stories das lojas oficiais.
3. Deve ser evitado fornecer informações pessoais de cartão de crédito e outros dados sensíveis por chat ou telefone.
4. Não utilizar a mesma senha ao fazer cadastros em sites de compras.
5. Não fornecer códigos recebidos por SMS à terceiros, nenhuma loja pede senhas e dados desta forma. Os canais oficiais são utilizados.

Fonte: Pedro Fausto, especialista em Segurança da Informação

Como identificar golpes por SMS

1. Dificilmente as empresas bancárias entrarão em contato solicitando que seus clientes acessem determinado link para resolver alguma questão. Existem canais oficiais que podem ser buscados e acionados em qualquer problema que surja.
2. As mensagens enviadas pelas instituições financeiras, geralmente, apresentam números com até seis dígitos.
3. Erros gramaticais na identificação do remetente também devem ser analisados, junto ao domínio do link acoplado para ter certeza de que se trata da plataforma oficial.

Fonte: Lucas Beda, head de tecnologia da Pontaltech

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