As obras do Anel Viário devem receber aplicação de aproximadamente R$ 100 milhões para a retomada dos trabalhos até sua conclusão. O Governo do Ceará já recebeu repasse de R$ 84 milhões da União e deve aplicar outros R$ 20 milhões.
A assinatura da ordem de serviço deve ser feita pelo governador Elmano de Freitas (PT), na sexta-feira, 23.
A confirmação foi feita com exclusividade pelo chefe do Executivo estadual durante visita ao Grupo de Comunicação O POVO, na manhã desta terça-feira, 20.
"A previsão de término dos serviços eu vou dizer na sexta-feira, mas imagino que termine rápido pois já temos uma boa parte da obra já feita", afirma.
Ainda que não fixe período exato para a conclusão, Elmano destaca que a maior a parte dos recursos a ser aplicada pelo Governo do Estado devem ser destinados à construção de alças de um dos viaduto do trecho.
Ao O POVO, em meados de julho, o governador havia afirmado a intenção de retomar as obras neste mês de agosto em sua live semanal nas redes sociais.
Naquela oportunidade, o chefe do Executivo estadual afirmou que a interrupção das obras ocorreu por "problema na relação com o governo passado", mas que, "felizmente, agora conseguimos ajustar o convênio".
Com o novo aporte viabilizado, a obra do Anel Viário também deve incluir no projeto a duplicação do viaduto sobre a BR-116, na saída de Fortaleza.
“O que eu posso garantir é que no começo de agosto a obra do Anel Viário será retomada com intensidade, com planejamento, para, enfim, nós concluirmos a obra que eu considero muito importante e decisiva para a nossa economia. Porque ali é uma área que passa muita gente, que muita gente utiliza e, assim, nós poderemos superar as dificuldades naquela área”, disse o governador nas redes sociais.
Dentro desse contexto, durante o evento que sancionou o marco legal do hidrogênio de baixo carbono, realizado no último dia 2 no Complexo do Pecém, o ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que o Governo Federal tem a intenção de entregar uma série de obras rodoviárias que se arrastam há anos.
Renan citou nominalmente as obras do Anel Viário, além da duplicação da BR-116 até o trecho de Boqueirão do Cesáreo. Naquela oportunidade, o ministro criticou o governo anterior por desprestigiar governos estaduais de oposição e lamentou que o Ceará seja o único grande estado brasileiro em que seus acessos por rodovias federais não sejam todos duplicados.
As obras do Anel Viário se arrastam desde janeiro de 2012, mas foram iniciadas oficialmente em 2010. O trecho de 32,3 km de extensão foi concebido para ser a ligação entre os portos do Mucuripe e do Pecém, além de alternativa para que veículos de carga não entrem nas vias urbanas de Fortaleza.
Após anos de atraso e problemas, em 2022 o trecho entre a CE-090 (Caucaia) e a CE-040 (Eusébio) foi estadualizado, com fiscalizações sob responsabilidade da Polícia Rodoviária Estadual (PRE). No mesmo ano, a operação da obra também passou pelo mesmo processo.
O Governo do Estado assinou convênio e pactuou que as intervenções deixariam de ser de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Assim, a União faria os repasses e o Estado tocaria o projeto.
Além de tratar sobre o Anel Viário, o governador do Ceará também adiantou ao O POVO sobre as conversas em torno do porto seco no caminho da ferrovia Transnordestina. A implantação deve ocorrer em cidade do Sertão Central, que pode ser Senador Pompeu.
Elmano pontua que a cidade escolhida pode ser outra, que isso passa por discussões com a concessionária Transnordestina Logística, mas que a implantação deve ocorrer ao mesmo passo da conclusão da linha férrea, no Complexo do Pecém.
"Fizemos um acordo com a empresa para construir um grande centro de distribuição de matéria prima para o polo calçadista. A importância disso é que a pequena fábrica que sai do Sul do País para produzir no Ceará não possui recursos e volume suficiente para trazer a matéria prima de tão longe."
Elmano ainda completa: "Então, ter a matéria prima no porto seco, que pode ser em Senador Pompeu, nós vamos conseguir também atrair outras empresas para o polo calçadista cearense, a partir de uma redução muito grande dos custos dos insumos". (Colaborou Fabiana Melo)