A presença dos Gradvohl, de origem judaico-francesa, no Ceará, atualmente, é quase diretamente associada à chamada economia do mar, com destaque para a atuação na área de pescados, mas pouca gente sabe que a ligação da família com o Estado remonta ao tempo do Brasil Império.
Albert Gradvohl, de 65 anos, lembrou de histórias de seus ancestrais, que passaram pela exportação do algodão cearense para a Europa na década de 1860 até a vinda de parentes mais próximos fugidos da perseguição nazifascista, em um bate-papo descontraído com outros descendentes de imigrantes, incluindo o irmão e empresário Roberto Gradvohl.
“A guerra é um negócio muito sério, sabe? Eu nasci em 1959, depois dela, mas com quatro anos, eu ainda sentia aquele clima quando o vovô ia lá em casa tomar uísque. Ele morreu em 1964 e era um empresário enorme, com um grupo que seria comparável ao de uma multinacional”, recorda.
“Então, a gente viveu o peso da guerra, de perder áreas de influência econômica”, conta Albert Gradvohl com um misto de saudade e orgulho do legado do avô, que conclui ter se dividido entre aqueles com um DNA mais institucional e outros com forte vocação empresarial.