O engenheiro e professor universitário aposentado Cesar Aziz Ary, de 95 anos, pertence a uma família de origem libanesa que também se destacou pelo empreendedorismo no Ceará.
Embora ele tenha optado pelo mercado de trabalho convencional e pela academia, essa veia de liderança necessária a todo bom empreendedor se revela na vontade de promover a articulação entre a comunidade de imigrantes do Líbano no País.
”Depois que meu pai morreu, eu disse: ‘Rapaz, eu vou liderar essa turma aqui’. E, hoje, sou o presidente da Federação Nacional das Entidades Líbano-Brasileiras, a Felibra. São clubes, paróquias, associações comerciais. Eu sou conselheiro da paróquia daqui também”, afirma, lembrando que a maioria dos que para cá vieram tem origem cristã.
“São 109 sobrenomes libaneses no Ceará, mas a comunidade libanesa aqui é de apenas 20 mil pessoas porque a maioria dessas famílias são pequenas. As quatro famílias maiores são: Jereissati, Otoch, Romcy e Ary. Quando meu avô veio do Líbano, ainda não existia sequer o país com esse nome, que foi criado em 1925. Tudo ali era chamado de Síria. Por isso, se fala em sírio-libaneses”, explica Cesar, com a mesma paciência e didatismo que precisava usar nos tempos como professor.