Deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha na terça-feira, 28, a Operação Contenção já é a mais letal na história do Rio de Janeiro. A ação, que mobilizou mais de 2,5 mil policiais civis e militares, teve repercussão em veículos internacionais.
Do jornal britânico The Guardian ao norueguês Aftenposten, o número de mortes - com 121 mortos, segundo o governo fluminense, incluindo 117 civis e quatro policiais - também chamou a atenção da Organização das Nações Unidas (ONU), que apresentou críticas à operação.
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Veja a repercussão das mortes no Rio de Janeiro ao redor do mundo.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou estar “extremamente preocupado” com o número de mortes registradas no Rio de Janeiro. A mensagem foi transmitida por seu porta-voz, Stephane Dujarric.
Nesta quarta-feira, 29, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, solicitou uma “reforma abrangente dos métodos de policiamento no Brasil”, além de investigações rápidas.
“A longa lista de operações que resultam em muitas mortes, que afetam desproporcionalmente pessoas negras, levanta questões sobre a forma como essas incursões são conduzidas”, relatou Turk.
O britânico The Guardian repercutiu a operação a partir de um relatório especial (“special report”, em inglês) do correspondente para a América Latina, Tom Phillips.
“‘Isso foi um massacre, não uma operação': a favela se recupera da operação policial mais sangrenta da história do Rio”, informa o título compartilhado no portal.
Na França, o jornal Le Monde apontou o balanço oficial de mortes e citou a declaração do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em Brasília: "O presidente ficou atônito com o número de mortes e surpreso que uma operação dessa magnitude tenha sido realizada sem o conhecimento do governo federal".
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Em destaque no portal, a operação no Rio de Janeiro é declarada como “a mais letal do Brasil” pelo periódico espanhol El País.
O jornal norte-americano declarou que o número de mortos na operação policial “dobrou para 132”, segundo informações da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Na Noruega, o jornal Aftenposten ressaltou a consternação de representantes da ONU sobre a “brutalidade policial” no Rio de Janeiro.