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Chef Onildo Rocha comenta o que esperar da gastronomia pós-pandemia
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Chef Onildo Rocha comenta o que esperar da gastronomia pós-pandemia

Convidado especial do Festival Costume Gourmet, dos Mercadinhos São Luiz, chef Onildo Rocha vem apresentar a proposta dos vegetais como protagonistas dos pratos
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O paraibano Onildo Rocha é um dos chefs do Festival Costume Gourmet e conversou com O POVO  (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação O paraibano Onildo Rocha é um dos chefs do Festival Costume Gourmet e conversou com O POVO

Uma das presenças no Festival Costume Gourmet deste ano, o paraibano Onildo Rocha conversou com O POVO sobre os preparativos para o evento e seus olhares para a gastronomia!

O POVO: O que você está preparando para esta edição do Festival Costume Gourmet?
Onildo Rocha: Eu vou trabalhar a possibilidade do legume e da fruta como protagonistas. Sem necessariamente precisar usar uma proteína animal. Eu não sou vegetariano e nem vegano, mas acho que isso é uma tendência. Eles sempre entraram na gastronomia como tempero ou como acompanhamento e isso está se transformando no mundo todo.

OP: Como você olha para o consumo da gastronomia pós-pandemia, dentro e fora de casa?
Onildo: Eu acho que pouca coisa vai mudar. Essa coisa que o mundo vai se transformar eu acho meio biológico. Agora, o que vai mudar é a percepção das pessoas mais inteligentes, que têm mais sensibilidade de entender que a gente não precisa de tanto para sobreviver. Então, o consumo dentro de casa vai aumentar. A tendência é a comida semi-pronta, o legume cortado, as proteínas em porções, que é algo que já vinha acontecendo há um tempo. Para facilitar a vida de quem cozinha em casa. Eu acho que isso vai ser tendência. E o consumo da gastronomia nos restaurantes vai voltar com tudo. Então, essa vontade de voltar para a rua, socializar, vai ser intensa. Apesar do medo da contaminação, a volta vai ser gradativa, mas acredito que vai ser aquecida. Então vai ter um paralelo. De quem está consumindo em casa e gostou dessa experiência, mas também a necessidade de sociabilizar volta.

OP: Você acredita que, a partir de agora, vai acontecer uma busca por uma gastronomia mais acessível?
Onildo: Existe uma grande parte da população que foi atingida brutalmente pela pandemia em termos financeiros e outra que não mudou nada. Então, é difícil dizer se vai haver uma busca por uma gastronomia mais acessível em termos de preço. Eu acredito que sim, mas não é com essa força toda.

OP: Quando falamos em gastronomia brasileira fora do País continuamos conhecidos como o país da feijoada e da caipirinha ou você acredita que essa visão vem mudando?
Onildo: Essa visão vem mudando bem rápido! Existem muitos brasileiros fazendo trabalhos incríveis fora do País e esse conceito vem mudando. Inclusive o meu trabalho na Paraíba é esse, fazer o meu trabalho na cozinha, que respeite o entorno, os ingrediente da Paraíba, mas que não seja caricato. Não seja aquela gastronomia caricata nordestina. A gente trabalha o ingrediente, o produto, aplicando técnicas diversas e trazendo para o público uma nova possibilidade de consumo de um ingrediente tão peculiar no consumo deles. Está mudando e sempre para melhor.

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