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Série "Fuller House" chega ao fim, mas até o elenco espera uma nova temporada
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Série "Fuller House" chega ao fim, mas até o elenco espera uma nova temporada

"Fuller House" - spin-off de "Full House", produzido pela Netflix - tem desfecho repleto de diálogos sarcásticos e referências nostálgicas. Fãs, no entanto, aguardavam pelo menos mais uma temporada
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Fuller House (Foto: Courtesy of Netflix)
Foto: Courtesy of Netflix Fuller House

Assistir a família Tanner é como voltar para a casa de uma avó ou de um tio onde vivemos dias muito felizes durante a infância. Foi graças a exibição do SBT ao longo da década de 1990 que as desventuras de Danny, Jesse e Joey ficaram populares entre os brasileiros. A missão do trio era cuidar de três meninas que haviam perdido a mãe em circunstâncias trágicas. Com muitas pitadas de sarcasmo e lições, a produção foi aclamada ao longo de oito temporadas. Para surpresa dos fãs, em 2016, a Netflix anunciou que iria reunir o elenco para retomar o sitcom. Euforia geral. A mesma casa, os mesmos atores, as mesmas músicas e, claro, muitas referências nostálgicas.

Ao longo de cinco anos, nós vimos D.J, Stephanie e Kimmy tentando criar suas proles. E a aproximação entre a "série-mãe" e a "série-filha" não parava por aí. Os diálogos criaram uma fina amarração com os episódios produzidos durante a década de 1990. Personagens antigos e bordões - como o "It's always open" que estampa o título desse texto - davam sustentação para novas aventuras e novos dilemas. Claro, os personagens continuavam vivendo fábulas pessoais - com uma lição e uma conversa emocionante a cada episódio. E justamente nesse ponto reside o charme de "Full House" e, consequentemente, de "Fuller House". A nova série não foi feita somente para agradar fãs saudosos, mas, sim, para existir como uma produção coesa e repleta de elementos que vão do tosco ao dócil.

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Por aqui, a obra original ficou conhecida com o título "Três é Demais" (e aqui vai o meu obrigada ao Sistema Brasileiro de Televisão por essa tradução histórica!). Um gargalo nunca superado foi a ausência das gêmeas Mary-Kate e Ashley Olsen. Intérpretes da personagem mais emblemática - a caçula Michelle -, elas refutaram o retorno de imediato, alegando muita ocupação com os negócios em Nova York. E, por mais que o roteiro de "Fuller House" tenha contornado a situação com diversas "shades", sempre ficou pairando uma mágoa no ar.

A leveza da série, entretanto, foi mantida pelos filhos de D.J Tanner, Stephanie Tanner e Kimmy Gibbler. Crianças prodígio e adolescentes imprevisíveis, eles mais parecem ter feito um estágio supervisionado com Mary-Kate e Ashley Olsen. Os outros personagens - namorados, maridos, parceiros de trabalho - aparecem como molduras e escadas para que a trama se desenvolva. Até Danny, Jesse e Joey tem seus espaços garantidos, em momentos distintos ou simultaneamente - colaborando com a coesão da temporada.

A nova onda de episódios - que teve o título transformado de "Full House" para "Fuller House" - passou por cinco anos de temporadas engraçadas, espirituosas e repletas de personagens, novos e antigos, com histórias para contar. Havia tudo ali: os diálogos ensaiados, os aplausos, os discursos, as fábulas. Mas chegou a hora de uma antecipada despedida. Sem explicações claras por parte da empresa produtora, a série foi descontinuada e os personagens ganharam um final. Claro, foi um desfecho digno e cheio de tiradas engraçadas. Mas, mesmo assim, antecipado. Os fãs esperavam, pelo menos, mais uma rodada de episódios - pois seria o último ano dos adolescentes na escola. A própria Candance Cameron, intérprete de D.J., declarou estar decepcionada com a posição da Netflix e que o elenco esperava mais um ciclo da sitcom. Como diria Steph: "How Rude!".

Isabel Costa é jornalista e mediadora de leituras

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