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Festival Qxas revisita o interior brasileiro através da fotografia
Vida & Arte

Festival Qxas revisita o interior brasileiro através da fotografia

De hoje, 11, até sexta-feira, 14, a 3ª edição do Festival QXAS conta com palestras, leituras de portfólio, rodas de conversa e workshops
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Fotografia de Paulo Marcelo Freitas para a convocatória de 2019,
Foto: Paulo Marcelo Freitas Fotografia de Paulo Marcelo Freitas para a convocatória de 2019, "Outros mundos, outros Sertões", do Festival QXAS

Com início nesta terça-feira, 11, o Festival de Fotografia do Sertão Central - QXAS traz atividades virtuais que aproximam o público com fotógrafos e agentes da cultura de todo o Brasil. Lançado em 2018, o QXAS ocorre anualmente nos municípios de Quixadá e Quixeramobim, com as medidas de prevenção ao Coronavírus, a programação da 3ª edição do evento foi modificada para o on-line e aposta na ampla participação e nas inúmeras possibilidades de trocas de conhecimento.

Idealizado pela produtora cultural Glícia Gadelha e pelo fotógrafo Beto Skeff, a edição de 2020 do Festival QXAS ocorre até sexta-feira, 14, com palestras, leituras de portfólio, rodas de conversa - transmitidas nas redes sociais do Qxas e pelo canal do Youtube da Casa de Saberes Cego Aderaldo - e workshops realizados via plataforma Zoom. Com a temática "Sertão em mim", o Festival QXAS deste ano também realiza uma convocatória virtual para artistas de todo o País nas categorias: Fotografia e Vídeos para Projeção. Propondo aos participantes refletirem sobre as questões íntimas do ser, contemplando o seu interior e tendo o sertão não apenas como lugar geográfico, mas também de imaginação, a chamada ocorrerá de 15 de agosto até 30 de setembro.

"A gente convoca as pessoas a imaginarem o seu sertão particular, as suas resistências e angústias, conectar suas vivências com o território imaginário do sertão e investigar questões gerais com a própria existência. O contexto atual da pandemia nos fez pensar em várias possibilidades de criação e, ao mesmo tempo, rever questões que já eram anteriores a ela, como a desigualdade, violência, etc. Nosso desafio com a comunidade é reunir suas diversas narrativas particulares e conectar as pessoas com o coletivo", explica Iana Soares, fotógrafa e uma das curadoras do QXAS, juntamente com a arquiteta Rosely Nakagawa.

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Nas atividades que serão realizadas esta semana, as palestras virtuais ganham destaque na programação do QXAS por trazerem convidadas de todos o País. Às 20 horas de hoje, a primeira convidada é a gestora cultural Solange Farkas. Com trabalho focado nos países que estão fora do contexto global das artes, a pesquisa de Solange estabelece conexões entre os artistas da América Latina, Oriente Médio, Sudeste asiático e da África. "Durante esses anos de pesquisa eu percebi que são trabalhos e criadores que dificilmente eram vistos em grandes exposições. A gente só conhece a Europa e os Estados Unidos e eu fui para um outro lado, fui olhar e conhecer os nossos pares", conta.

Na conversa mediada Rosely Nakagawa, Solange Farkas vê a aproximação das propostas do Festival QXAS com o Festival Videobrasil, criado por ela em meados da década de 1980. "Esses eventos possuem a importância da gente dar a visibilidade, da gente olhar para si e contar as nossas próprias histórias. São iniciativas extraordinárias e, mesmo que seja por conta da pandemia, usar das redes sociais como amplificadores da fala permite que a produção local crie um diálogo com o mundo a partir de suas próprias narrativas", afirma Solange Farkas.

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Em seu primeiro evento on-line durante o período de isolamento, a fotógrafa mineira Paula Sampaio participa da palestra na quarta-feira, 12. Na troca com o público sobre as vivências e experiências no exercício da fotografia, a fotojornalista irá relembrar seus registros nas rodovias Transamazônica e Belém-Brasília. "Eu sempre trabalhei com o cotidiano, com a história de vida das pessoas, então é um exercício de humanidade sempre estar e acolher a vida. A proposta do QXAS é maravilhosa porque prioriza esse cotidiano quase invisível socialmente", detalha. Com mediação de Glícia Gadelha, a palestra virtual com Paula Sampaio tem início às 20 horas.

Dando sequência à programação de palestras, na quinta-feira, 13, a artista visual e pesquisadora Rosana Paulino participa do evento que terá mediação de Iana Soares. Já na sexta-feira, 14, a conversa fica por conta de Maria Oliveira e Mayara Albuquerque, fundadoras do projeto Severinas Mulheres do Sertão, que terá mediação de Beto Skeff.

Paula Sampaio
Paula Sampaio

Paula Sampaio

Nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, mas passou a infância na Amazônia onde cresceu e viveu. A partir da década de 1990, iniciou na fotografia acompanhando as mudanças da região, as migrações, o cotidiano das comunidades e registrando, principalmente, as obras da Rodovia Transamazônica. Com trabalhos premiados no Brasil e no exterior, Paula Sampaio atualmente é responsável pelo Núcleo de Fotografia do Centro Cultural SESC Boulevard, em Belém, e estuda História Social da Amazônia na UFPA.

Rosana Paulino - Artista Visual, Pesquisadora e Educadora. Doutora em Artes Visuais pela ECA/USP
Rosana Paulino - Artista Visual, Pesquisadora e Educadora. Doutora em Artes Visuais pela ECA/USP

Rosana Paulino

Artista visual, pesquisadora e educadora. Desde os anos de 1990, Rosana Paulino foca seu trabalho nas questões sociais de raça, gênero, identidade e a ocupação da mulher negra na sociedade brasileira, questões que eram pouco discutidas no cenário artístico do País anteriormente. Doutora em Artes Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), a artista também é especialista em gravura pelo London Print Studio, no Reino Unido, desde 1998.

Solange Farkas
Solange Farkas

Solange Farkas

Curadora e gestora cultural, Solange Farkas é considerada referência na produção artística do Sul Geopolítico do globo (América do Sul, Austrália, África e Sudeste Asiático). Nascida em Feira de Santana, na Bahia, a jornalista e fotógrafa criou o Festival Internacional de Arte Contemporânea - SESC Videobrasil, em meados de 1983, para promover o intercâmbio entre artistas e instituições do Brasil e do mundo. Com o crescimento do evento, fundou a Associação Cultural Videobrasil para abrigar as obras e publicações produzidas pelo Festival.

Maria Oliveira
Maria Oliveira

Severinas Mulheres do Sertão

Desenvolvendo exposições, rodas de conversa e oficinas nas áreas rurais, assentamentos e comunidades do sertão do Ceará, o projeto Severinas Mulheres do Sertão trabalha para dar voz e visibilidades às mulheres do interior do Estado. Fundado por Maria Oliveira (foto) e Mayara Albuquerque, mediadoras do Clube de Leitura Mulher e Literatura, em Quixeramobim, o coletivo reúne imagens e vídeos das mulheres nordestinas, dando a oportunidade que suas histórias sejam apresentadas em diversos locais.

Programação Festival QXAS

Palestras
Com Solange Farkas, Paula Sampaio, Rosana Paulino e Severinas Mulheres do Sertão
Quando: de terça, 11, a sexta, 14, às 20 horas

Leitura de Portfólios
Com Paula Geórgia Fernandes, Ratão Diniz, Omar Gonçalves e Lia de Paula
Quando: terça, 11, a sexta, 14, de 15 às 17 horas

Workshops
Com Pablo Pinheiro, Rafael da Luz, Fernando Banzi e Gustavo Costa
Quando: de terça, 11, a sexta, 14
Para participar dos workshops é necessário realizar inscrição via plataforma Sympla

Palestras, leitura de portfólios e rodas de conversa

Onde: no Youtube, Facebook e Instagram do QXAS e no Youtube da Casa de Saberes Cego Aderaldo
Gratuito

Workshops:
Quanto: R$ 50
Onde: via Zoom. Após o pagamento da inscrição, os participantes receberão um link para acessar a sala

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