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Plataforma multistreaming do O POVO reconta a história do Ceará em série de reportagens
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Plataforma multistreaming do O POVO reconta a história do Ceará em série de reportagens

Plataforma multistreaming OP apresenta projeto "O POVO é História", publicação de reportagens históricas que cartografam quase um século do Ceará
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As jornalistas Suzana de Alencar Guimarães e Rachel de Queiroz são destaque na primeira reportagem (Foto: Carlus Campos)
Foto: Carlus Campos As jornalistas Suzana de Alencar Guimarães e Rachel de Queiroz são destaque na primeira reportagem

O jornalismo e a história caminham de mãos dadas. As veredas da vida pública grafam-se, dia após dia, na tinta preta das páginas de jornais. Da derrota do nazifascismo e o fim da Segunda Guerra Mundial à vaia ao sol na Praça do Ferreira, o jornalismo constrói memórias coletivas. Neste vindouro século de criação, O POVO cartografou o Ceará em notícias, reportagens, crônicas, contos, cartas, fotos e vídeos — e construiu com você, leitor, a historiografia do Estado. Agora, o projeto "O POVO é História", promove uma espécie de visita guiada aos principais conteúdos publicados ao longo dos últimos 92 anos.

"O POVO é o jornal impresso mais antigo em circulação no Ceará. São 92 anos que agora se espraiam em outras plataformas, linguagens e maneiras não só de registrar e informar sobre o cotidiano, mas também formar e contribuir para a construção de uma cidadania, algo que o jornalismo tem feito com muita competência. O resgate desse conteúdo histórico bem mostra os princípios fundantes e permanentes desse jornalismo. Também abre a possibilidade de acesso a ideias e conceitos que nos atravessam. E o melhor: não se trata de uma simples reprodução de conteúdo. Há uma contextualização temporal, análise, assim como os efeitos de cada fato nos nossos dias", pontua a jornalista Fátima Sudário, coordenadora editorial do O POVO .

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Sob coordenação da jornalista Regina Ribeiro, as reportagens históricas são publicadas na plataforma multistreaming OP+. "O farol é o jornalismo de profundidade, o olhar mais apurado e demorado sobre um tema. Em geral têm um forte caráter etnográfico, prezam pela polifonia da Cidade, do comportamento. Aproveitamos os recursos que a tecnologia oferece para imprimir leveza e fruição", complementa Fátima.

A primeira reportagem do projeto "O POVO é História", intitulada "Mulheres somem da história do Jornalismo do Ceará", resgata a trajetória das jornalistas Suzana de Alencar Guimarães e Rachel de Queiroz — ambas estrearam textos ainda em 1928, mas seus nomes desapareceram da história do jornalismo no Estado. "O que mais me impressionou na história da Suzana e a Rachel foi o fato de elas não frequentarem as listas de jornalistas. Deixar as mulheres fora da história parece ser estratégico. O trabalho da mulher existia, mas não era reconhecido nem lembrado. A Suzana é um ótimo exemplo disso. Ela teve um papel importante na história do jornalismo do Ceará. Poderia ter inspirado muitas mulheres, mas só agora sabemos sua relevância para desbravar espaços no jornalismo local. A preocupação que temos hoje em abordar as questões com uma perspectiva feminina tem sido uma tônica em toda a imprensa atualmente. O gênero é discutido e precisa ser levado em conta. É preciso mudar uma cultura que ainda vê as mulheres como acessórios, como adjuvantes. Essa mentalidade deixou muitas ficaram longe da história, esquecidas pelos historiadores. Todos homens, por sinal", ressalta Regina Ribeiro.

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O segundo episódio das reportagens históricas, que será publicado na próxima terça-feira, 15 de setembro, aborda o autoritarismo e liberdade de imprensa — "coincidentemente parece que estamos voltando a esse tempo", destaca a coordenadora do projeto. Já no dia 22 de setembro, o terceiro episódio mostrará como o beato José Lourenço assustou as elites ao fundar o Caldeirão no Sertão do Ceará. Após esse período, em cada mês O POVO publicará uma nova reportagem. "O mais importante é recuperar temas e personagens que se destacaram no passado e, de alguma forma forma, estabelecer um diálogo entre esse passado e o presente. Como pessoas e assuntos são vistos hoje, após a maturação do tempo", finaliza Regina.

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