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Documentário retrata a vida de animadores do Ceará durante o período da pandemia
Vida & Arte

Documentário retrata a vida de animadores do Ceará durante o período da pandemia

|Trabalho remoto|Único longa-metragem no gênero animação do Edital da Lei Aldir Blanc, "Todo Mundo Já Foi Pra Marte" será 80% produzido em home office
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Todo Mundo Já Foi Pra Marte é um documentário em animação experimental sobre a vida dos animadores do Ceará durante a pandemia. Os artistas, dentro dos seus estilos de animação, contam como o isolamento os afetou, quais foram as principais mudanças e dificuldades enfrentadas, demonstrando a forma como eles observam e absorvem o mundo. (Foto: Marco Albuquerque/ Divulgação)
Foto: Marco Albuquerque/ Divulgação Todo Mundo Já Foi Pra Marte é um documentário em animação experimental sobre a vida dos animadores do Ceará durante a pandemia. Os artistas, dentro dos seus estilos de animação, contam como o isolamento os afetou, quais foram as principais mudanças e dificuldades enfrentadas, demonstrando a forma como eles observam e absorvem o mundo.

Produtora e roteirista da Tusche Produções, a cineasta Mariana Medina produz o filme "Todo Mundo Já Foi Pra Marte" — único longa-metragem no gênero animação selecionado pelo Edital de Apoio ao Audiovisual Cearense -Lei Aldir Blanc, divulgado pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult) em outubro de 2020. Com 80% do filme dirigido por Telmo Carvalho a ser produzido em home office, o documentário experimental aborda a vida dos animadores do Ceará durante a pandemia. Os artistas, dentro dos próprios estilos de ilustração, narram imageticamente as principais mudanças e dificuldades enfrentadas na atual crise de saúde pública.

"A vantagem da animação é que os animadores podem trabalhar de suas casas, não necessariamente num estúdio. Basta cada um ter seu equipamento e seu material. O que não fizemos em home office foi a filmagem em time lapse. Com uma equipe bem reduzida, fotografamos em sequências lugares de Fortaleza. Para que tudo dê certo em home office, reduzimos também a equipe de produção e direção e estamos acumulando funções. Foi uma opção para facilitar as reuniões e o trabalho online. No total, somos mais de 70 profissionais envolvidos, sendo quase 50 só na equipe de animação. Conseguimos reunir artistas de Fortaleza e de outras cidades do Estado. Tudo está sendo possível por causa da tecnologia e da internet", defende a produtora.

Apesar de não ser afetada diretamente pelos prazos exíguos de prestação de contas da Lei Aldir Blanc, Mariana concorda com a luta dos demais realizadores pela prorrogação. "É mais complicado fazer live action em home office, precisa gravar em locações, precisa dos atores, precisa de uma equipe reunida, precisa se deslocar de uma cidade para outra, enfim, depende de cada filme e de suas especificidades. Como fazer um documentário numa aldeia indígena em plena pandemia, por exemplo? Essa logística precisa de tempo para organizar, precisa de autorização de todos os envolvidos. Neste momento no aumento de casos de Covid, com as restrições dos espaços e restrições de números de pessoas no mesmo lugar, isso tudo já está afetando as produções em live action".

O isolamento social necessário para conter o avanço da Covid-19 impôs urgentes questões ao setor audiovisual — como produzir remotamente? Que transformações nos modos de fazer perduram? "A pandemia está nos obrigando a repensar tudo", acredita Mariana. "Vou falar da animação: acredito que muitos estúdios continuarão com uma boa parte da equipe em home office, isso diminui os custos com espaço físico, por exemplo. Acho que este novo jeito de fazer cinema vai continuar, não só na produção, mas, também na narrativa. O audiovisual é uma arte em constante transformação, muito ligado à tecnologia e formatos de exibição".

 

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